Vendas no comércio varejista em Goiás crescem 11,59% em julho


               
               Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Comércio Varejista de Goiás apresentou em julho, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 11,59% sobre julho do ano anterior, de 11,61% no acumulado de doze meses e 13,83% no acumulado do ano. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 11,43%, 12,38% e de 14,09%, respectivamente.

O incremento no volume de vendas em julho, no acumulado do ano e no acumulado de 12 meses em Goiás ficou acima do percentual nacional tanto no índice do comércio varejista geral quanto no ampliado. No índice de receita nominal de vendas, os resultados para Goiás em julho, no ano e no acumulado de 12 meses foram inferiores que o nacional no comércio varejista geral. Já no comércio varejista ampliado, as variações para Goiás foram maiores, conforme é demonstrado nas tabelas 1 e 2.

 

Tabela 1 – Estado de Goiás e Brasil: Variação do Volume de Vendas no comércio varejista – julho/2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

jul*

acum

12 meses

jul*

acum

12 meses

Comércio varejista geral

10,86

11,38

9,65

11,59

13,83

11,61

Combustíveis e Lubrificantes

7,71

5,90

3,48

7,89

1,99

-1,80

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

11,04

10,48

10,15

8,08

10,86

12,20

Hipermercados e Supermercados

10,69

10,16

9,85

8,09

10,95

12,19

Tecidos, vestuários e calçados

12,53

10,49

6,13

19,96

14,75

10,96

Móveis e eletrodomésticos

12,20

19,29

13,72

15,06

22,95

16,01

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

8,38

11,60

11,48

12,58

17,47

15,55

Livros, jornais, revistas e papelaria

7,41

8,01

8,95

4,04

-0,22

1,41

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

20,25

24,96

16,13

-8,89

-3,53

1,03

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

9,43

6,60

6,96

18,73

7,38

10,10

Comércio varejista ampliado geral

12,34

11,84

11,59

13,99

14,48

13,91

Veículos, motores, partes e peças

14,63

12,06

15,47

17,35

14,49

17,12

Material de construção

14,85

15,75

6,25

8,40

20,20

9,15

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

 

 

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

 

Tabela 2 – Estado de Goiás e Brasil: Variação da Receita Nominal no comércio varejista – julho/2010

Segmentos

Variação (%)

Brasil

Goiás

jul*

acum

12 meses

jul*

acum

12 meses

Comércio varejista geral

13,47

14,51

12,71

11,43

14,09

12,38

Combustíveis e Lubrificantes

8,41

8,74

5,61

-2,17

-2,31

-3,59

Hipermercados supermercados produtos alimentícios, bebidas e fumo

13,15

13,95

13,14

8,86

12,68

13,83

Hipermercados e Supermercados

12,81

13,62

12,84

8,86

12,73

13,81

Tecidos, vestuários e calçados

18,39

16,26

12,20

21,27

17,49

14,64

Móveis e eletrodomésticos

15,66

20,46

13,76

16,06

22,10

14,29

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

11,56

15,62

16,58

16,10

21,54

21,47

Livros, jornais, revistas e papelaria

10,94

12,50

13,88

6,42

3,32

5,49

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação

11,63

16,09

9,40

-16,21

-9,82

-4,57

Outros artigos de uso pessoal e doméstico

15,15

14,10

15,27

24,89

13,96

17,03

Comércio varejista ampliado geral

14,98

14,52

13,03

15,33

15,87

13,62

Veículos, motores, partes e peças

16,90

13,32

13,71

19,69

16,02

13,77

Material de construção

19,79

20,27

12,81

17,21

27,69

14,20

* Variação em relação ao mesmo mês do ano anterior

 

 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio.

 

 

 

Atentando-se para a média móvel de 03 meses das vendas (Gráfico 1), percebe-se a expressiva recuperação das vendas no comércio com a melhora do indicador desde o início de 2009, saindo de 2,76% de crescimento em julho/09 para 12,12% de variação em julho/10.

Na média móvel de 12 meses, as vendas já superam o patamar anterior ao período de crise econômica. Esse índice vem apresentando taxas de variação crescentes e a média móvel de 12 meses do mês de julho apresenta um crescimento de 11,63%, sendo a maior média móvel de 12 meses observada desde 2007.

Na média móvel de 3 meses, a receita de vendas, que também apresentou quedas no crescimento em 2009, em julho apresentou um aumento de 12,19%, retornando ao índice anterior à crise (Gráfico 2). A média móvel de 12 meses em julho apresentou um acréscimo de 12,39%.

 

 

 


RESULTADOS SETORIAIS

 

Nos resultados sobre o mesmo período do ano anterior, nove das dez atividades (incluindo o comércio varejista ampliado) obtiveram variações positivas em termos de volume de vendas, listadas a seguir pela ordem decrescente de magnitude das taxas: Tecidos, vestuário e calçados (19,96%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (18,73%); Veículos e motos, partes e peças (17,35%); Móveis e eletrodomésticos (15,06%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (12,58%); Material de construção (8,40%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,08%); Combustíveis e lubrificantes (7,89%) e Livros, jornais, revistas e papelaria 4,04%. A atividade com variação negativa foi: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,89%).

O segmento Tecidos, vestuário e calçados, apresentou crescimento de 19,96% nas vendas na comparação com julho do ano passado. As taxas acumulada no ano e acumulada de 12 meses também foram positivas, com acréscimos respectivos de 14,75% e 10,96%. Para a receita nominal de vendas estes indicadores apresentaram resultados positivos ainda maiores de 21,27%, 17,49% e 14,64%, respectivamente. Este resultado positivo é influenciado pela queda dos preços do setor de vestuário, medida pelo IPCA, de 0,65%, contra -0,04% do País.

A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., apresentou crescimento no volume de vendas na relação julho10/julho09 de 18,73%. No acumulado de 2010 este segmento apresenta incremento de 7,38%. Esse resultado se deu por conta da atividade ser influenciada, em boa medida, pela evolução da massa de salários e pelo aumento do poder de compra da população ocupada.

A atividade Veículos e motores, partes e peças, que integra o Comércio Varejista Ampliado, apresentou o terceiro maior resultado positivo no volume de vendas na relação julho10/julho09, 17,35%, após apresentar queda de 1,45% no mês anterior. O término da redução do IPI contribuiu para a redução do ritmo de crescimento da atividade no mês anterior. No acumulado do ano, o crescimento é positivo, com incremento de 14,49%. No que diz respeito à receita nominal de vendas, esta atividade apresenta crescimento de 19,69% quando comparado julho de 2010 com o ano anterior, e de 16,02% no ano. Ofertas, lançamento de novos modelos e crédito justificam esse resultado. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o setor automotivo vendeu 461.672 unidades em julho, um acréscimo de 5,47% ante o mesmo intervalo de 2009.

O aumento de 15,06% no volume de vendas e de 16,06% na receita nominal em relação a julho do ano passado da atividade Móveis e eletrodomésticos é decorrente das vendas relacionadas ao evento da Copa do Mundo, aliado à ampla oferta de crédito. No ano, o segmento revela uma taxa de desempenho de 22,45% para o volume de vendas e de 22,10% para a receita nominal de vendas. Segundo o IPCA, artigos de residência, como eletrodomésticos e mobiliários, ficaram 1,39% mais baratos e Goiânia teve a queda mais expressiva do País.

O segmento Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou crescimento de 12,58% nas vendas na comparação com julho do ano passado e taxa acumulada de 17,47% no ano. Para estes indicadores, o crescimento na receita nominal de vendas foi de 16,10% e 21,54%, respectivamente. Os principais fatores a contribuir para isto foram a manutenção do crescimento da massa real de salários;  a ampliação da oferta de medicamentos genéricos – estimulando o consumo por alternativas mais vantajosas de preços; e a própria essencialidade dos produtos do gênero. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), entre os Estados fabricantes de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal no Brasil, Goiás apresentou o crescimento mais veloz nos últimos cinco anos.

A atividade Material de Construção, que faz parte do comércio varejista ampliado, apresentou resultado positivo com alta no volume de vendas de 8,40% no mês e de 20,20% no acumulado do ano. Após o ano de 2009, com resultados acumulados negativos, esse segmento teve crescimentos consideráveis nos meses anteriores. Esses resultados sinalizam a recuperação do setor dos efeitos da crise financeira, através da redução do IPI para um conjunto de produtos básicos do ramo, implementado a partir de abril/09, do aumento da confiança dos agentes econômicos e do crescimento observado no setor em Goiás. Em estudo do Ibope Inteligência divulgado pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), as vendas de material de construção no varejo tiveram resultados semelhantes, com aumento de 8,5% na comparação com julho de 2009.

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou variação de 8,08% nas vendas em julho, sobre igual mês do ano anterior e 10,86% no ano. A variação da receita nominal da atividade na comparação julho10/julho09 e no ano foi de 8,86% e 12,68%, respectivamente. Este desempenho foi proporcionado em grande parte pelo aumento da massa real de salários e pela estabilização dos preços dos alimentos que, segundo o IPCA, apresentaram variação negativa de 0,41%; aliados à ampliação do programa de transferência de renda, que tem no bolsa família o principal destaque.

A atividade Combustíveis e Lubrificantes apresentou variação positiva no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, 7,98% após uma série de resultados negativos ou próximos de zero. A receita nominal apresentou queda de 2,17%, no mês. No acumulado do ano há crescimento de 1,99% no volume de vendas e queda de 2,31% na receita nominal. Estas variações negativas ocorreram devido à restrição de demanda de combustíveis provocada pelos oito meses (jul/09-fev10) de aumentos sucessivos no preço do álcool, cuja variação acumulada, no período, alcançou 43%, segundo o IPCA. De igual modo, a redução no preço do produto, a partir de março último, vem refletindo em patamares mensais mais elevados de desempenho da atividade.

Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou variação nas vendas em julho, sobre igual mês do ano anterior, de 4,04%, variação de -0,22% no ano e de 1,41% no acumulado de 12 meses. As variações de receita nominal foram de 6,42% sobre julho de 2009, 3,32% no acumulado do ano e de 5,49% no acumulado de 12 meses.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foi o único que obteve queda de 8,89%, na relação julho10/julho09, e não vem apresentando bons resultados neste ano de 2010 com cinco meses de resultado negativo e dois positivos. Para a receita nominal a variação é negativa e ainda maior, -16,21%. No ano esta atividade apresentou uma redução de 3,53%, no volume de vendas e de 9,82% na receita nominal.

 

Equipe de Conjuntura da Seplan:
Daniela Vieira de Oliveira

Dinamar Ferreira Marques

Eduiges Romanatto

Marcos Fernando Arriel

Maria de Fátima Mendonça Faleiro Rocha

Governo na palma da mão

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