Detran-GO homenageia e relembra histórias de servidores que faleceram em decorrência da Covid-19
Em 2020, muitas pessoas enfrentaram perdas e mudanças em decorrência da pandemia do coronavírus. Algo que afetou não apenas a rotina, mas resultou na partida de muitos entes queridos.
O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) três admiráveis servidores para Covid-19. Sendo, Silvio Rabelo de Oliveira, 64 anos, Walter Joaquim de Souza, 58 anos e José Gomes de Abreu, de 67 anos.
A família Detran-GO presta aqui a homenagem a estes três valorosos homens que honraram a história do órgão.
SILVIO RABELO DE OLIVEIRA
Silvio Rabelo de Oliveira, 64 anos, trabalhava na Gerência de Transportes do Detran-GO desde março de 2003. Pai de duas filhas, Marcella Naciff, 32 anos e Ludmilla Naciff, de 36 anos. Além de marido dedicado.
O prazer de cozinhar se transformava em oportunidades para distribuir afeto e amizade. E foi assim que Silvio Rabelo, além de servidor exemplar, se tornou querido entre os colegas e amigos. “Era um grande companheiro, amigo de todos. Adorava fazer o almoço para os colegas do transporte. Se ele soubesse que um colega estava sem almoço, sempre tirava uma marmita e fazia questão de alimentar os amigos”, relembra o colega Ivo Gomes.
Segundo a filha Marcella Naciff, o pai era um homem que fazia amizade com facilidade e adorava ver o sorriso no rosto dos amigos e familiares. Era chamada de “bonequinha do papai”, enquanto sua irmã Ludmilla Naciff, era tratada como “minha filhinha”, pelo pai. “Ele adorava cozinhar, sempre ligava para minha mãe, Sara Naciff, pedindo receitas para fazer no almoço para os colegas. Meu pai ficava todo feliz quando era elogiado por cozinhar bem”, recorda.
As comidas de Silvio se tornaram inesquecíveis. Era ele quem perfumava o Detran-GO quando entrava na cozinha e servia almoço para servidores e diretores da autarquia. Em suas viagens junto ao setor de transporte, se sentia tão à vontade no fogão quanto na estrada. Realizou inclusive um jantar em Aruanã no qual serviu o presidente do Detran-GO, Marcos Roberto Silva.
O colega Ivo conta que amava todas as comidas de Silvio, mas que o frango recheado era sua favorita. “Eu não sei como ela fazia aquele frango recheado desossado, delicioso demais. Na época de Natal, o Silvio fazia o frango e dava de presente aos colegas, assávamos em casa e era sucesso na ceia. Silvio era um homem incrível”, diz Ivo.
Silvio Rabelo faleceu no final de julho de 2020 em decorrência da Covid-19, 37 dias após o falecimento de seu pai. Marcella lembra, “meu avô chamava meu pai o tempo todo. Quando estava viajando sempre perguntava cadê o Silvio? Acredito que meu avô levou meu pai porque não aguentava ficar sem ele. Meu pai foi e sempre será o grande amor de nossas vidas, como sinto falta dos seus abraços”.
WALTER JOAQUIM DE SOUZA
Walter Joaquim de Souza, 58 anos, trabalhava como Supervisor Regional da Cinetran de Porangatu desde julho de 2017. Esposo de Margareth Mendonça e pai de quatro filhos: Ana Luisa, Walter Hugo, Luiz Henrique e Caroline Aparecida.
Formado em Gestão Pública, Walter trabalhou por quinze anos como vendedor de cigarros da Souza Cruz e por duas vezes foi premiado como o melhor vendedor do Estado de Goiás. Antes de atuar como supervisor na Ciretran, trabalhou como Secretário de Habitação em Porangatu entre os anos de 2013 e 2016.
Um homem correto e de princípios. É assim que os mais próximos descrevem Walter. Sua esposa, Margareth, diz que ele era um homem tranquilo e calado, mas também um ótimo líder. Segundo a colega de trabalho e conhecida desde a década 90, Marly Ramos, “ele sempre será lembrado como um homem honrado na cidade de Porangatu. Muito correto e honesto, deixou um legado invejável. Como supervisor na Ciretran fez uma excelente gestão. Sempre cuidou para que o nosso atendimento fosse o melhor possível. Aprendemos muito com ele, foi um verdadeiro mestre”, relata a colega.
Apaixonado pela política, Walter era presidente do Partido Social Cristão (PSC) de Porangatu há vários anos. Segundo Margareth, o marido tinha esperança de ceifar os políticos incapazes e desonestos. Seu sonho era ser prefeito de sua querida cidade Porangatu. Além de ser um apaixonado no Botafogo, não abria mão de uma cervejinha gelada para ver o jogo com familiares e amigos.
Em decorrência da Covid-19, Walter partiu dez dias depois de seu aniversário de 58 anos, no dia 13 de agosto de 2020. Deixando saudades entre os familiares, amigos e colegas de trabalho.
“Hoje, mesmo com o coração partido, agradecemos a Deus pelos maravilhosos momentos que compartilhamos e pela presença dele, que foi capaz de transformar tantas vidas. A saudade nos faz chorar, e cada lágrima que rola é a certeza de que ele não é e jamais será reduzido a apenas um número dessa pandemia. Ele ficará para sempre em nossa memória e influenciará eternamente a história de nossas vidas”, se emociona Margareth.
JOSÉ GOMES DE ABREU
José Gomes de Abreu, 67 anos, trabalhava no Detran-GO desde dezembro de 2013. Seu último cargo foi na Gerência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (GGDP). Casado desde 1972, era um pai amoroso que tinha cinco filhos: Márcia, Sérgio, Marisa, Ariane, Elaine e Manoel
José Gomes nasceu no pequeno distrito de Deuslândia, pertencente ao município de Brazabantes, localizado entre as cidades de Inhumas e Nova Veneza, no Sudeste goiano. De acordo com sua filha Márcia, José teve uma origem simples e desde criança ajudava em casa. “Meu pai sempre morou em uma fazendinha. Como meu avô ficou viúvo cedo, aos 33 anos, meu pai ajudou a criar os irmãos. Ele sempre foi um homem muito guerreiro, teve que ter responsabilidade desde cedo para ajudar meu avô”, relata.
Antes de trabalhar como servidor no Detran-GO, José trabalhou como guarda-noturno e como motorista na extinta Caixa Econômica do Estado de Goiás (Caixego). No serviço de guarda, conheceu seu grande amigo e xará José Francisco, que trabalha atualmente no Detran-GO. “Eu conheci o José em 1978, na empresa de vigilantes, era uma amizade muito boa, um homem trabalhador e honesto. Nós dois passeávamos muito, íamos juntos pra casa do pai dele em Nova Veneza na época de festa junina e de novenas”, revela o amigo.
O destino acabou por reunir os amigos novamente, após o trabalho na Caixego foram remanejados para o Detran-GO. Antes de ser realocado ao local de trabalho, atuou como revendedor de semijoias e vendedor de frutas que pegava na roça. “Quando saiu da Caixego meu pai vendeu alguns bens, comprou uma moto e umas vacas. Ele levantava de madrugada, tirava o leite das vacas, colocava as garrafas na moto e seguia para vender em Goiânia, até que foi chamado para trabalhar no Detran-GO”, recorda a filha Márcia.
José começou a trabalhar junto ao Detran-GO no setor do Arquivo. “Depois de muito tempo fazendo bico e trabalhando vendendo leite, meu pai conquistou a vitória de trabalhar no Detran-GO. Além da alegria de trabalhar registrado, ele adorava a equipe. Contava boas histórias de sua chefe na época, Dona Ilda, que cozinhava muito bem. O pessoal do arquivo revezava na cozinha, fazia cafés da manhã e almoços coletivos. Meu pai ficou até gordinho nessa época, era pura felicidade”, confessa a filha Marisa.
Além de trabalhar junto ao Arquivo, José passou também pelo setor do Galpão e por último na Gerência de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, antigo Recursos Humanos. “A família sabe que ele tinha uma satisfação enorme, uma grande honra e prazer em trabalhar no Detran, uma grande satisfação com a atenção de todos os colegas e chefes. Sou grata a todas as equipes dos três departamentos que tratavam ele bem”, afirma Marisa.
Após contrair Covid-19 e ficar internado na UTI, José Gomes de Abreu não resistiu e faleceu no dia 17 de setembro de 2020. Para a família e amigos, restou a saudade. Para a família Detran-GO deixou seu legado de homem trabalhador.
Goiânia, 8 de janeiro de 2021.
Comunicação Setorial do Detran-GO