Marconi propõe a governadores reunião com Temer para discussão da reforma da Previdência

Inserida na pauta da 2.ª Reunião do ano do Fórum de Governadores do Brasil Central que ocorre em Cuiabá (MT) desde ontem (06/04) como tema de destaque do encontro, a Reforma da Previdência dominou a coletiva de imprensa dos governadores. Marconi Perillo, governador de Goiás e presidente do consórcio de governadores, Pedro Taques (MT), Marcelo Miranda (TO), Rodrigo Rollemberg (DF), Confúcio Moura (RO), Rose Modesto, vice-governador (MS) e Carlos Brandão, vice-governador (MA) dedicaram os quase 30 minutos da entrevista para defender uma reunião com o presidente Michel Temer para discutir a reforma previdenciária no Brasil e que eles defendem.

Marconi Perillo disse que a situação fiscal dos estados é preocupante. Em Goiás, segundo ele, o principal problema é a previdência. “Nosso déficit previdenciário este ano é de R$ 1,96 bilhão, com a previsão de um déficit financeiro de R$ 1 bilhão. Ou seja, se nós não tivéssemos esse déficit previdenciário, o Estado teria R$ 1 bilhão para investir”, pontuou.

Para exemplificar a distorção existente no sistema previdenciário goiano, lembrou que hoje sete milhões de goianos estão pagando aposentadorias e salários para 106 mil pessoas. “Isso que acontece em Goiás acontece em todo o Brasil. O déficit previdenciário no Brasil cresce em proporção geométrica e não mais em proporção aritmética. Já acendeu a luz vermelha”, alertou.

Na concepção de Marconi, o Brasil não está discutindo essa questão da previdência de forma racional. “Eu vejo uma discussão muito emocional. O que está em jogo é o pagamento das aposentadorias. Daqui a pouco os governos não vão ter dinheiro para pagar as aposentadorias. O dever cívico nosso é o de enfrentar essa discussão como brasileiros”, salientou.

Ele lembrou ter lançado o programa Goiás na Frente, que ficará responsável pelo investimento de R$ 9 bilhões em várias frentes de serviços no Estado. Disse que, graças aos ajustes feitos no passado, hoje o Estado tem condições de investir. “Mas – ressaltou – não temos dinheiro para custeio. Não temos um centavo sequer para aumentar a folha”. Por esta razão, o governador alertou que ou os estados mudam as regras em relação a previdência ou não haverá dinheiro para que eles se mantenham.

O presidente da Adial Brasil, José Alves Filho, que participou do Fórum de Governadores como convidado, foi lembrado pelo governador ao defender a diminuição das taxas de juros. “A estimativa é do empresário José Alves Filho. Se nós reduzirmos a taxa Selic a 3%, só Goiás economizará R$ 2 bilhões”, observou.

“A grande luta – acrescentou Marconi – é fazermos as reformas para que o Brasil inicie um círculo virtuoso em condições de depender menos do capital especulativo internacional que garante os déficits anuais do país e com isso ter condições de reduzir as taxas de juros para a retomada do crescimento. Precisamos de juros menores para os estados e créditos mais baratos”.

Ao ser indagado se não temia uma reação de cunho político por parte dos servidores públicos contrários a reforma, Marconi disse que “quem não tiver coragem de enfrentar esse debate sobre a reforma da previdência e de outras reformas necessárias, é que vai perder a eleição. Eu prefiro perder eleição do que deixar de lado uma questão tão séria como esta”.

“Ou nós assumimos a responsabilidade cívica para encarar as coisas como elas são ou o Brasil vai falir. Alguns estados já estão em colapso e outros estão entrando. Se os servidores efetivamente perceberem que o que está em jogo é o futuro deles, eles devem nos apoiar e pedir que façamos a reforma”, declarou.

Determinado a levar a discussão sobre a necessidade de o Estado promover uma profunda reforma no seu sistema previdenciário a todos os setores da sociedade e, principalmente no meio da classe política e dos servidores, o governador disse estar disposto a ir para a Assembleia Legislativa para defender as medidas que fazem parte do projeto apresentado pelo governo. “Nós somos passageiros. Os funcionários vão permanecer. E se eles não tiverem consciência de que o Brasil está se transformando em uma Grécia, daqui a pouco eles é que ficarão sem seus salários. O meu dever como governador é fazer o necessário para corrigir as distorções e os equívocos. Se preciso vou para a Assembleia Legislativa debater isso de cabeça erguida”, acrescentou.

Por fim, Marconi lembrou que se nada for feito agora, “o futuro será sombrio. Esse não é um problema que vai arrebentar na minha mão. Mas, se nada for feito, vai acabar estourando na mão de outro governador”.

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