II Encontro de Ouvidores destaca histórias que merecem ser compartilhadas

Promovido pela CGE, evento reúne integrantes do Sistema de Ouvidorias do Estado de Goiás para propor ideias que melhorem o atendimento ao cidadão goiano

A Controladoria-Geral do Estado de Goiás (CGE-GO) realizou, nesta terça-feira (27/6), o II Encontro Estratégico de Ouvidores do Poder Executivo Estadual – Ouvideia, no Centro Cultural Martim Cererê. Sob a coordenação da Subcontroladoria de Governo Aberto e Ouvidoria Geral da CGE, o encontro reuniu 115 ouvidores, além de usuários do sistema de ouvidorias do Estado, para apresentar e discutir ideias para o aperfeiçoamento do atendimento ao público.

O controlador-geral do Estado, Henrique Ziller, foi enfático ao relembrar o propósito principal dos ouvidores: ajudar o cidadão goiano. “Mais importante que resolver demandas é tratar pessoas”, resumiu Ziller, que prioriza a humanização dos atendimentos na CGE, por meio de diversos programas de participação cidadã, transparência e compliance. 

Francisco Vieira de Macedo, da Agência Goiana de Regulação (AGR), também reforçou o papel do setor que recebe as demandas do cidadão. “A Ouvidoria não existe só para resolver um problema casual. Ela tem que ir na causa, ver o que está ocorrendo, resolver e garantir que não se repita”, defendeu.

Inspirado no modelo das apresentações do TEDx – em que voluntários compartilham experiências e inspiram outras pessoas de forma regional – o Ouvideia foi dividido em dois momentos. Durante a manhã, ouvidores setoriais do Poder Executivo e usuários contaram histórias vivenciadas no trabalho de ouvidoria. 

No período vespertino, os participantes se reuniram em grupos de trabalhos para discutir temas propositivos para as ouvidorias. Ao final da tarde, eles apresentaram seus resultados. 

Impactos na vida do cidadão e incentivo à melhoria das políticas públicas

Um dos casos apresentados pela coordenadora de teleatendimento da Ouvidoria da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Rosângela Maria de Sá, foi a de um cidadão que não possui sobrenome e precisou da ajuda da ouvidoria para entrar no banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), para poder tratar um câncer de pele. 

“Seu Geraldo tem CPF ativo na Receita Federal, é aposentado. Mas não tem sobrenome. E o SUS tem um campo que exige esse complemento, o que impedia a inserção do seu Geraldo. Não fazia sentido não atendê-lo. Ele precisava ser alcançado pelo SUS. Iniciamos uma verdadeira força-tarefa para que ele conseguisse o atendimento”, explicou a coordenadora, que exibiu um vídeo de agradecimento do usuário, que é morador de Aurilândia. Após a intervenção da ouvidoria da SES, ele conseguiu passar por tratamento, realizou cirurgia há dois meses e passa bem.

“Servidores públicos são cruciais para garantir que essas políticas públicas aconteçam e cheguem aos grupos vulneráveis”, iniciou a enfermeira Marêssa Noêmia Rodrigues. Usuária da rede de serviços públicos, a jovem da periferia de Aparecida de Goiânia relembrou as primeiras oportunidades de atendimento social que teve na adolescência. 

A primeira, num projeto de teatro de rua, no próprio Centro Cultural Martim Cererê. Já cursando faculdade de Enfermagem, participou da segunda turma do projeto Embaixadores da Cidadania, da CGE. Aos poucos, ela percebeu que poderia mudar o cenário de vulnerabilidades de grande parte da população, por meio da busca por políticas públicas mais eficazes.

Hoje mestre e doutoranda em Saúde Pública, Marêssa criou um projeto de prevenção à gravidez na adolescência durante a participação no programa da CGE. Por meio dele, foi convidada a ingressar na Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil. Atuou em Manaus, à frente da equipe de amparo aos imigrantes venezuelanos durante a pandemia da Covid-19. Trabalhou na Tríplice Fronteira – Peru, Colômbia e Brasil – na criação de uma Sala de Situação de Saúde para prevenção de exploração sexual e tráfico de crianças, e atuou junto à população carcerária pela dignidade menstrual. 

“Eu não tinha pensado que tinha feito tanto, até ser convidada pelo Diego para o Ouvideia e refletir sobre a minha trajetória. E fiz tanto porque pessoas comprometidas com as políticas públicas, com a juventude, e em responder às demandas do Estado estavam lá e garantiram que eu acessasse esses lugares”, concluiu, agradecendo ao convite feito pelo subcontrolador de Governo Aberto e Ouvidoria Geral, Diego Ramalho.

PARTICIPAÇÕES – Outros palestrantes do primeiro momento do Ouvideia foram: a professora Paula Gabriele Montijo Batista e o aluno João Vitor de Oliveira Teodoro, do CEPI Professora Izabel Christina de Sousa Ortiz, de Formosa, escola vencedora do projeto Estudantes de Atitude 2022; Ludmilla di Paiva Malheiros, da Ouvidoria da SES; Lucélia Rocha da Silva, gerente de Participação Cidadã da CGE; e Stella Márcia Oliveira Modes Lino, da ouvidoria da SANEAGO.

Comunicação Setorial CGE – Governo de Goiás

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