Cidade de Goiás reconhece esforço de Marconi pelo título de Patrimônio Mundial
Quinze anos após o reconhecimento da Cidade de Goiás como de Patrimônio Mundial, a comunidade vilaboense elege o governador Marconi Perillo como o principal artífice da mobilização que viabilizou a conquista do tão sonhado título junto à Organização das Nações Unidas (ONU). A partir desta quinta-feira (15/12) e até domingo (18/12), várias atividades, que incluem apresentações musicais, inaugurações de obras e rodas de conversa, vão marcar as comemorações do título internacional. A abertura solene das comemorações é hoje (15/12) com presença do ministro da Cultura, Roberto Freire. A cidade recebeu em dezembro de 2001 da Unesco em Helsinque, na Finlândia, o título de Patrimônio Histórico da Humanidade.
O governador Marconi Perillo, ao assumir o governo pela primeira vez em 1999, deflagrou uma série de tratativas com ativistas culturais do Brasil e do exterior, na perspectiva de viabilizar o sonho de garantir à Cidade de Goiás um título de tamanha grandeza. A partir daí, o governo de Goiás se voltou, com esforços decisivos e desmedidos, para a consecução deste ideal.
Foi criada na época uma comissão de notáveis da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico e sob a coordenação do Movimento Pró-Cidade de Goiás, presidido por Brasilete Caiado, que possibilitou a criação do Dossiê de Goiás, o documento mais completo sobre a nossa história e elaborado no primeiro ano do novo governo estadual, cujo peso já fez pender, de início, a balança da Unesco da concessão do título.
Mas a Unesco queria mais, queria de volta a cidade ao estilo antigo. A instituição exigiu um programa de preservação, com infra-estrutura urbana, saneamento e fiação subterrânea, seguido de um inventário do potencial turístico, elaborado pela Agetur, além da preservação da Serra Dourada e a total despoluição do Rio Vermelho. Mais de 20 milhões de reais foram investidos, por determinação do governador Marconi Perillo, com o foco de devolver a Goiás o seu caráter original, revigorando as raízes e reavivando a história da Vila Boa.
Festival
Antes da concessão do tombamento, por ação direta de Marconi, foi criado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), hoje referência mundial, e que influenciaria positivamente na declaração de Patrimônio Mundial. Na época, o governador assumiu o compromisso e o resgatou plenamente: ampliar e modernizar as galerias de águas pluviais da cidade e instalar iluminação pública com fiação subterrânea, com uso de arandelas e candelabros usados no período colonial.
Segundo Marconi, “o título de Patrimônio Cultural faz jus à arquitetura, à cultura e à memória da cidade. Sendo o primeiro núcleo urbano fundado no território goiano, no início do século 18. Entre becos, casarões coloniais e quintais, entre procissões, igrejas e santos barrocos, entre alfenins e empadões está escrita a história goiana-brasileira e a história de todos os seus fabulosos personagens”.
Para a maioria da população da cidade de Goiás, o título de Patrimônio da Humanidade contribuiu muito para aumentar o fluxo do turismo. Acreditam que o interesse maior das pessoas em relação à antiga capital cresceu após o tombamento pela Unesco, aumentando a concentração do turismo religioso e o cultural voltado para a terceira idade. Não há dúvida de que o título de Patrimônio da Humanidade mudou a rotina da cidade e seus habitantes observam com tranquilidade o movimento – principalmente nos finais de semana -, quando dezenas de ônibus chegam a Goiás lotados de estudantes de Goiânia, Brasília, Uberlândia e cidades do interior do Estado. São viagens de conhecimento, monitoradas por professores.
Para coroar de êxito um momento tão rico da história de Goiás, este ano a cidade recebeu a Tocha Olímpica, com a presença do governador, em meio à alegria e orgulho dos moradores, sobretudo dos que participaram do trajeto carregando o símbolo olímpico. Momento para marcar a história da cidade, que comemora também 15 anos como Patrimônio Histórico da Humanidade. “É o encontro de uma tradição milenar com outra centenária”, observava Marconi, na cerimônia de recepção da Tocha, no coreto em frente ao Palácio Conde dos Arcos.