Goiás registra aumento de 50% em casos de HIV

Como parte das ações do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, lembrado todo dia 1º de dezembro, a Secretaria de Estado da Saúde lança o novo Perfil Epidemiológico do HIV/AIDS 2017. O anúncio ocorreu durante evento no Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (CEAP-SOL), unidade responsável por prestar assistência aos vitimados pela doença.

Segundo o Boletim Epidemiológico, entre 2007 e 30 de junho de 2017 foram notificados 5.390 casos de HIV na população em geral, sendo 4.028 casos em homens, 1.360 em mulheres e 2 casos ignorados em relação ao sexo. No período de 2014 para 2016, houve um aumento de quase 50% no número de casos de HIV.  Em relação à faixa etária, os jovens de 20 a 29 anos foram predominantes, com 45,6% dos casos de HIV notificados. E 25% na faixa de 30 a 39 anos. Milca Prado, coordenadora de IST/AIDS da Secretaria do Estado da Saúde (SES-GO), afirma que esse crescimento se deve a prática de sexo sem proteção (preservativo).

Desde o início da epidemia em 1984, até 30 de junho de 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 14.701 casos de AIDS (quando o vírus HIV se manifesta), com 10.001 (68%) casos do sexo masculino e 4.695 (31,9%) do sexo feminino. Desde o ano de 2000 observa-se variações nas taxas de detecção da doença na população em geral, alcançando no ano de 2011 o maior registro com 840 casos e uma taxa de detecção de 13,8 casos para cada 100.000 habitantes. Porém, registra-se uma tendência de queda em relação aos números entre os anos de 2011 a 2016, com redução de 39% do número de casos.

Milca Prado explica que o acesso à medicação contribuiu para diminuir o número de casos de AIDS. Em Goiás, se deve também a melhoria dos serviços ofertados aos pacientes, como a ampliação do acesso ao diagnóstico. De 2012 a 2017 houve um aumento 448% na oferta de teste rápido para HIV no Estado. “O diagnóstico precoce da infecção favorece a agilidade no início tratamento, sendo uma importante estratégia de controle da epidemia da AIDS”, afirma Milca.

População homossexual tem maior representatividade nos casos de HIV

Com relação à categoria de exposição dos casos de HIV, observa-se que em indivíduos do sexo masculino, 54,3% dos casos tiveram exposição homossexual, 23% heterossexual e entre os indivíduos do sexo feminino, 83,5% dos casos se inserem na categoria de exposição heterossexual.

A razão entre os sexos foi de 3 casos de HIV em homens para cada mulher no ano de 2014 e em 2016, 4 casos de HIV em homens para cada mulher.

HIV em gestantes

Entre 2000 até 30 de junho de 2017 foram notificadas 1.642 casos de gestantes infectadas com HIV, Observa-se uma estabilização na taxa de detecção de 2010 a 2016 com 1,1 casos para cada 1.000 nascidos vivos. A Região de Saúde, Sudoeste II e Sul apresentaram as maiores taxas de detecção, com 1,8 casos para cada 1.000 nascidos vivos. A Região de Saúde Central Goiânia e municípios vizinhos) mantém a taxa de detecção acima de 1 caso para cada 1.000 nascidos vivos desde o ano de 2010.

Coinfecção tuberculose/HIV

Em relação à coinfecção Tuberculose/HIV, em Goiás, no ano de 2016, dos 871 casos novos notificados, 645 realizaram o exame do HIV e destes 87 apresentaram resultado positivo correspondendo a uma taxa de coinfecção de 13,5% em relação aos casos testados. Em 2017 dos 752 casos notificados até o momento, 72 já apresentam a correlação entre as duas doenças diagnosticadas.

A principal estratégia para a detecção da coinfecção em tempo oportuno é a testagem do HIV no momento do diagnóstico da tuberculose, bem como o início precoce do tratamento desta coinfecção. Segundo Milca, estratégias de controle ainda serão intensificadas, como o rastreamento e tratamento da infecção latente por tuberculose nos pacientes portadores do HIV, o que reduz a chance dessa população desenvolver a doença ao longo da vida.

Governo na palma da mão

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