Pesquisa realizada em Goiás aponta grau positivo de felicidade nas escolas públicas

O levantamento teve início no programa Estudantes de Atitude e foi estendido para toda a rede de ensino público. Número de participações já é considerado um recorde do gênero realizado em todo o mundo

Alunos, professores e servidores da rede pública de ensino de Goiás estão felizes com o ambiente escolar. É o que revela uma pesquisa promovida em 707 escolas goianas, com 110.521 mil respostas. A média geral ficou sempre acima de 3,5 pontos, sendo 5 o máximo. 

Números – O levantamento chamado de Felicidade Interna Bruta (FIB)- idealizado inicialmente como uma tarefa especial do programa Estudantes de Atitude da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e da Secretaria de Educação (SEDUC) – abordou nove dimensões de felicidade. Entre eles: Bem-estar Psicológico, que atingiu média de 3,62% de satisfação; Uso do Tempo (3,57%); Vitalidade Comunitária (3,71%); Cultura (3,52%); Saúde (3,61%); Educação (4,15%); Meio Ambiente (3,71%); Padrão de Vida (4,28%); Boa Governança (3,62%).

Em linhas gerais, a pesquisa foi respondida por 98.845 estudantes, 7.232 pessoas da equipe pedagógica, 2.547 servidores administrativos, 1.337 das equipes gestoras e 691 servidores das Coordenações Regionais de Educação (CREs).

Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (24/8), durante uma live no canal do YouTube da CGE: @cgegoiasoficial. Participaram da apresentação o controlador-geral do Estado, Henrique Ziller; a secretária-adjunta da Seduc, Helena Bezerra; o chefe da Ouvidoria Setorial da Seduc, Joaquim Trindade; e os representantes da Plataforma de Desenvolvimento FIB2030, João Paulo Barboza e Ana Paula Barbalho, que detalharam os dados aos professores e coordenadores regionais presentes na reunião.

“O governo tem a responsabilidade de atender as demandas do cidadão em diversas áreas e a pergunta que temos feito é: isso está sendo traduzido em melhoria da qualidade de vida? Isso impacta a felicidade do cidadão? A partir dessa conversa sobre a nossa atuação como Controladoria, surgiu a ideia de trabalhar a pesquisa no Estudantes de Atitude, e ela foi muito bem sucedida”, avaliou Ziller.

“Está sendo um trabalho lindo, que impressiona muito. E pretendemos utilizar os dados da FIB Escolar em outras iniciativas da Seduc, cruzando dados para um trabalhos complementares, como a Educação Socioemocional, que já estamos desenvolvendo nas escolas”, observou a secretária-adjunta, Helena Bezerra.

As regionais consideradas “mais felizes” foram Itaberaí, Porangatu e Formosa, que atingiram índice geral de 3,8 pontos. Mas um alerta foi feito pelo gestor João Paulo Barboza: “O mais importante não é sua escola se destacar, mas verificar que já existe uma felicidade intrínseca e que pode ser melhorada, a partir do momento que respondemos de forma sincera à pesquisa”.

Guiness Book e resultados

A bióloga, advogada e pesquisadora voluntária da FIB2030, Ana Paula Barbalho, responsável pela apresentação dos dados, explicou que toda a análise da FIB ficará disponível a toda a comunidade escolar na página fibnaescola.com.br. Lá, os visitantes também terão acesso ao relatório resumido da pesquisa e um banco de boas práticas com sugestões de intervenções pontuais que ajudarão a transformar o ambiente escolar e a percepção das pessoas em cada unidade e de acordo com suas pontuações.

A live realizada nesta quinta também está disponível na página, além do perfil da CGE no YouTube. “A pesquisa feita pelo Estudantes de Atitude foi a maior pesquisa de FIB em escolas do mundo. Tanto que estamos encaminhando solicitação para o registro de recorde no Guinness Book”, comentou Barbalho. 

Metodologia e aplicação

A pesquisa foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para mostrar cientificamente como a felicidade e o bem-estar geral da população podem ser medidos e trabalhados para melhorar as políticas governamentais. A Plataforma de Desenvolvimento FIB2030 agora amplia a FIB para as cidades, a partir de suas comunidades e organizações, como foi feito em Goiás, junto à CGE-GO e Seduc.

“O que fizemos com o projeto Estudantes de Atitude foi uma inovação que pode ser uma referência para inspirar outras escolas a transpor e inovar seu olhar de desenvolvimento educacional. É importante agora darmos continuidade, trabalhando os dados obtidos em novas práticas nas escolas”, destacou. 

Destaques – A equipe da FIB2030, no entanto, chamou a atenção para dois aspectos: qualidade do sono e sentimento de preparação para o futuro. 

O primeiro foi considerado abaixo do saudável para parâmetros mundiais de saúde. A explicação pode estar no longo período de exposição às telas, praticado por crianças e jovens atualmente. “A dica é estimular práticas mais saudáveis, esclarecendo sobre a importância dessa limitação com workshops, palestras, rodas de conversa”, sugeriu Ana Paula.

Já o segundo aspecto revela que, enquanto 4,21% dos estudantes de 10 a 14 anos responderam se sentir seguros, o índice entre estudantes de 15 a 18 anos ficou muito abaixo, atingindo apenas 3,83%.

“Isso pode indicar que, quando se aproximam dessa transição para a vida adulta, enfrentam o medo. Então podemos trabalhar no ambiente escolar atividades que simulem e direcionem esses jovens, como aulas sobre economia, finanças pessoais, busca de identidade do seu perfil socioemocional, o que gostam de fazer”, orientou Ana Paula.  

“Temos um material muito rico para explorar a partir de agora. Ele ajudará a definir quais desafios nós temos, quais indicadores são pontos de atenção e que ferramentas temos para agir em cada um deles. Uma ferramenta construída cientificamente e que podemos voltar a acionar posteriormente para saber se conseguimos, a partir das novas abordagens pedagógicas, atingir nossos objetivos”, avaliou o chefe da Ouvidoria Setorial da Seduc, Joaquim Trindade.

Comunicação Social CGE – Governo de Goiás
 

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