PCGO e PCDF prendem suspeitos de roubo e receptação de carga de carnes bovinas
Cinco pessoas foram presas durante a ação. Entre os integrantes do grupo criminoso investigado, estão proprietários de frigoríficos do DF
Em ação integrada, equipes da Polícia Civil de Goiás e do Distrito Federal cumpriram nesta quinta-feira (4) cinco mandados de prisão e outros seis de busca e apreensão, em Goiânia e Brasília. A Operação Minotaurus, que contou com apoio da Polícia Militar de Goiás, teve como objetivo desarticular um grupo criminoso especializado no roubo e receptação de cortes nobres de carne bovina. Os cinco indivíduos presos são empresários, proprietários de frigoríficos do DF.
A apuração, da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), começou em outubro de 2020, após o roubo de uma carga de carnes, em Cocalzinho de Goiás, avaliada em mais de R$ 500 mil. Na ocasião, o motorista chegou a ser mantido em cativeiro por mais de 12 horas. “A carga seria entregue em Goiânia, mas os suspeitos alcançaram o motorista. Ele foi ameaçado, no sentido de tirar foto de sua CNH e dizer que conheciam seus familiares, desencadeando um grande terror psicológico”, informou o delegado Alexandre Bruno de Barros.
A investigação mostrou que o grupo criminoso também lesava donos de supermercados e de açougues, que adquiriam a carga sem ter conhecimento da origem ilícita, já que os produtos eram vinculados a frigoríficos estabelecidos no mercado há mais de 20 anos. “Os organizadores do esquema pegavam a carga roubada, colocavam dentro dos frigoríficos e mudava as embalagens, posteriormente revendendo para esses empresários. Temos também o consumidor final, que, de certa forma, também era enganado, já que o produto poderia ser vendido abaixo do preço adquirido”, afirmou.
Ainda segundo o delegado, os produtos muitas vezes eram comercializados sem estarem com condições sanitárias adequadas e em diversos casos, estavam impróprios para consumo. “Conseguimos fazer uma apreensão, registrada em fotos inclusive, em que a carne apreendida já estava com a coloração azulada. O empresário que comprava e colocava esse produto para vender possuía o conhecimento de que essa carne estava imprópria para o consumo”, pontuou o titular da Decar. Estima-se que o grupo tenha causado prejuízo de mais de R$ 12 milhões às vítimas.
Durante a operação foram apreendias uma arma de fogo, além de três camionetes novas e dois caminhões, que teriam sido adquiridos com o dinheiro dos crimes. A suspeita, segundo a Polícia Civil, é de que os indivíduos estivessem envolvidos também com golpes bancários por meio de falsificações de documentos e uso de “laranjas” e ainda com o tráfico internacional de drogas, já que com eles também foram encontradas diversas porções de cocaína.
Além dos cinco empresários presos nesta quinta-feira, os outros suspeitos, que seriam responsáveis pelos roubos, já foram identificados e tiveram o mandado de prisão decretado. Os suspeitos deverão responder, ao final do inquérito policial, pelos crimes de associação criminosa, roubo, receptação e tráfico de drogas. “Conseguimos neutralizar a ação desse grupo e tirar de circulação uma organização criminosa que vinha trazendo um verdadeiro caos no entorno de Brasília”, ressaltou o delegado.
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