PC cumpre mandados em ação que apura a venda de medicamento abortivo pela internet
Operação foi realizada após troca de informações com a PCDF. Morador de Goiânia é o principal alvo da ação.
A Polícia Civil de Goiás cumpriu na manhã desta quarta-feira (24/02) três mandados de busca e apreensão, durante a Operação Guga Cytotec, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC). A ação investiga a venda de medicamento abortivo pela internet. O principal alvo da operação é um técnico em enfermagem, de 29 anos, morador de Goiânia. Os mandados foram cumpridos no local onde o suspeito trabalha, na capital, na residência dele e de sua namorada.
De acordo com a delegada Sabrina Leles, a investigação teve início após o recebimento de denúncia, apresentada na Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. “Eles compartilharam as informações conosco, porque havia indícios de que o autor era residente de Goiânia. Com esses dados, foi verificado que, de fato, se tratava de um morador de Goiás e nós conseguimos chegar até ele, que estava comercializando comprovadamente esses medicamentos”, disse.
Segundo a apuração, o indivíduo trabalha na farmácia da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um grande hospital do município. Ele era administrador de um grupo em um aplicativo de conversas, onde anunciava os produtos, com os respectivos valores. “O investigado sempre ressaltava que a medicação por ele fornecida era original e que não se responsabilizava por medicação falsificada que pudesse ser comercializada no grupo. Ele solicitava ainda o depoimento de mulheres que tivessem adquirido a medicação, para atestarem que o produto era eficaz e resultava em aborto”, informou.
Durante as diligências na casa do suspeito, os policias civis apreenderam R$ 6.900,00 em espécie, um celular, cartões bancários e pendrives. Para a delegada, o montante encontrado contribuí para a hipótese de que o indivíduo estivesse envolvido com atividades ilegais. “Esses valores apreendidos reforçam a suspeita de que o investigado possuía rendimento incompatível com sua renda formal”, ressaltou. A Polícia Civil irá apurar também a possível participação de outras pessoas no esquema, incluindo a namorada do suspeito, que também atuava na área da saúde.
“Ela não era investigada no primeiro momento, mas, por ser também técnica em enfermagem, estendemos as investigações para a possibilidade de cooperação dela na prática criminosa, possibilidade que ainda está sendo investigada”, afirmou. “Certamente ele obtém essa medicação em algum local para poder repassar nessas vendas que ele realiza na internet. Então com a continuidade das investigações poderemos identificar se existe a participação de outras pessoas”, completou a delegada.
Agora, todo o material apreendido durante a operação deverá passar por análise pericial. Já o investigado deverá ser indiciado ao final do inquérito pelo crime de venda e exposição à venda de produtos destinados a fins medicinais, de procedência ignorada. Caso seja condenado, poderá pegar pena de até 15 anos de reclusão.
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