Operação Burgomestre: PC investiga fraudes em licitações na Prefeitura de Edealina
Indícios apontam que ação criminosa resultou em prejuízo superior a R$ 4 milhões ao erário. Durante operação, prefeito da cidade e outras sete pessoas foram presas.
A Polícia Civil de Goiás cumpriu na manhã desta quarta-feira (2/12) oito mandados de prisão temporários e 20 de busca e apreensão durante a Operação Burgomestre, que apura fraudes em licitações da Prefeitura de Edealina. No decorrer da ação, foram presos o prefeito da cidade, secretários municipais, servidores públicos, empresários e um advogado, que atuava na assessoria jurídica do município.
A apuração, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), descobriu a existência de uma organização criminosa, que atuava no direcionamento das licitações, para que apenas empresas ligadas ao grupo fossem vencedoras. Segundo o delegado Cleybio Januário, os crimes vinham sendo realizados desde a última gestão da Prefeitura e foram perpetuados por integrantes da nova administração municipal. No início do ano, o ex-prefeito de Edealina já havia sido preso, em outra operação da especializada.
“No mês de março deste ano, nossa delegacia cumpriu cinco mandados de prisão e 15 de busca e apreensão no município, oportunidade em que foram presos o ex-prefeito da cidade, alguns vereadores e secretários. Com a continuidade das investigações, nós descobrimos que as fraudes em licitações no município não eram apenas feitas pelo mandato anterior, mas sim a continuidade do mandato atual do prefeito”, disse.
De acordo com as investigações, as fraudes eram praticadas em certames para obras no município. Com o direcionamento das licitações, os valores eram superfaturados, gerando prejuízos milionários ao erário. “Só uma empresa recebeu quase R$ 4 milhões em licitação. Na operação anterior, foram identificados depósitos de uma dessas empresas na conta do ex-prefeito de mais de R$ 1 milhão”, afirmou o delegado.
Durante a ação policial, a Justiça determinou o afastamento das funções públicas de servidores municipais da cidade e ainda o bloqueio de R$ 4,2 milhões das contas dos investigados. “Com o afastamento do sigilo bancário do prefeito, que está sendo realizado agora, vamos analisar quais os valores foram efetivamente desviados. A operação encerra a investigação maior, naquele município”, ressaltou.
Para o diretor-geral da Polícia Civil, delegado Odair José Soares, a ação cumpre um papel importante, que é o de proteger os recursos públicos e contribuir para uma melhor prestação de serviços à sociedade. “Mais uma vez a Polícia Civil faz a sua parte, sempre sob a orientação do nosso secretario de Segurança Pública, dr. Rodney e do governador. Temos autonomia de trabalho e a prova está aí. Estamos protegendo o dinheiro público, que é do povo, de quem paga impostos. Então esse tipo de crime tem sido dilapidado”, pontuou.
Os investigados deverão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes em licitações e organização criminosa.
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