Mãe e padrasto são presos por morte de criança, em Goiânia
Antônio Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, foi assassinado a pedido da mãe porque não o suportava e não queria mais responsabilidade com sua criação, diz Polícia Civil. Casal chegou a comunicar falso sequestro do menino à polícia
A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (23/04), detalhes do assassinato do menino Antônio Jorge Ferreira da Silva, de 9 anos, achado dentro de uma caixa de papelão, em Goiânia. A mãe do garoto, Jeannie da Silva de Oliveira, 27, e o companheiro dela, Renato Carvalho Lima, 20, foram presos suspeitos do crime.
De acordo com as investigações, o homem confessou que enforcou a vítima, mas alegou que agiu a pedido da mãe. O homicídio foi cometido na sexta-feira (19), em uma casa no Setor Nunes de Morais. “A mulher entregou a chave da casa dela para Renato e falou que o filho estava sozinho. Ao chegar no local, encontrou Antônio, perguntou se ele estava com fome, o levou na padaria e, em seguida, levou para sua casa, onde o matou”, explicou o delegado Valdemir Pereira da Silva.
O menino foi morto asfixiado e o corpo foi abandonado em um matagal perto da residência. No domingo (21/05), o casal registrou um boletim de ocorrência na Central de Flagrantes, dizendo que o garoto havia sido sequestrado por traficantes de drogas, que só o entregariam mediante pagamento de uma dívida de R$ 850.
A história não convenceu a polícia. “O suspeito não soube explicar como teria adquirido a suposta dívida e nem mesmo quem seriam os credores”, afirma o delegado. Segundo Valdemir, Renato entrou em contradição ao mencionar as características dos supostos sequestradores.
Em interrogatório informal, foi pedido que Renato tirasse a camisa. A polícia notou arranhões no peito, costas e braços. “Ele não sabia quando e como tinha se machucado”, declarou Valdemir.
Após mais algumas horas de interrogatório, Renato acabou confessando o crime. Segundo ele, a mãe “não suportava mais o filho e não queria ter mais responsabilidade em sua criação”. A mulher nega participação, mas, segundo o delegado, as provas contra ela são muito claras.
FOTOS: JOTA EURÍPEDES