A ÉTICA DAS VIRTUDES E AS POSSIBILIDADES DE ESCOLHA

Programa de Compliance Público da Secretaria de Estado da Segurança Pública

Talvez o principal objeto da ética contemporânea seja a escolha. Nesse sentido, são colocadas questões sobre como escolher bem? Como saber “o que” e “quando” fazer algo? Como saber com segurança, nas mais diversas situações, a melhor escolha a ser tomada? Em um contexto de vida interconectada 24 horas por dia, de demandas de trabalho que transpassam as divisórias das repartições e os muros das Corporações, misturando-se ao ambiente da vida privada de todos, dar uma resposta de pronto a essas questões nem sempre é simples.

Continuando a reflexão sobre a Ética das virtudes, tendo em mente as questões acima, sublinhamos novamente que a escolha a ser tomada e o modo de execução dependem, fundamentalmente, de “quem” os fará, pois o nível de comprometimento ético e as habilidades desenvolvidas determinam as possibilidades de ação. Em outras palavras, em um mesmo contexto, pessoas diferentes não possuem, necessariamente, o mesmo leque de escolhas disponíveis, pois cada uma tem suas virtudes e debilidades próprias.

A partir disso, a solução parte do cultivo de alguns valores éticos que, combinados à excelência dos indivíduos, tratam as dificuldades de cada um. Um desses valores é a integridade, semelhante ao que Aristóteles chamou de honra. Uma pessoa honrada é aquela que alcança o reconhecimento público e privado por agir corretamente, independentemente do desejo por reconhecimento. C. S. Lewis, escritor irlandês conhecido principalmente por sua trilogia “As Crônicas de Nárnia”, escreveu que integridade é tudo aquilo que você faz de forma correta quando ninguém está vendo. Ou seja, tanto na honra quanto na integridade, o âmago reside na determinação firme em agir corretamente, sem desprezar as circunstâncias, nem se render a elas.

Ora, mas em que sentido cultivar a integridade, cultivar um caráter honrado, é uma forma de guiar-se com segurança na dúvida que permeia uma demasia de escolhas? Trata-se de adotar um conjunto de valores que, formando o sentido das nossas escolhas, nos dá um norte de ação. Assim forma-se o caráter, a integridade e, outrossim, a honra. Portanto, não é como um checklist, em que para cada situação dada há a alternativa certa pré-determinada, mas como um mapa com várias rotas possíveis, em que aquele que dispor dos melhores instrumentos e princípios para se guiar nele, completará o percurso da melhor maneira possível.

Eder David de Freitas Melo

Gerência de Planejamento Institucional

Superintendência de Gestão Integrada
Secretaria de Estado da Segurança Pública

 

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