Operação Crepitus: PC investiga associação criminosa por furto de combustível

Segundo apuração, suspeitos desviavam etanol de usina e revendiam na capital. Na casa de um dos investigados, foram apreendidos galões com o combustível e a quantia de R$ 12 mil em espécie.

A Polícia Civil de Goiás realizou nesta quinta-feira (4/02) uma nova etapa da Operação Crepitus, que apura crimes de furto qualificado e estocagem de combustível. Nessa nova fase da ação, é investigada uma associação criminosa, pelo furto de milhares de litros de etanol. Entre os membros do grupo estaria um motorista de caminhão-tanque, que trabalha no transporte de combustível. Ele é suspeito de desviar e comercializar o produto ilegalmente.

A operação foi deflagrada após três meses de investigação da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon). A apuração foi iniciada após o recebimento de uma denúncia, feita por um funcionário de uma empresa vítima do grupo, à Delegacia de Polícia (DP) de Carmo do Rio Verde. Segundo o delegado Rodrigo Godinho, o motorista tinha um comparsa, que trabalhava na usina e que atuava no esquema criminoso abastecendo o caminhão mais combustível do que o previsto.

“Nessa situação em Cabo do Rio Verde, por exemplo, eram 3 mil litros de etanol, que foram abastecidos a mais. Cabia no caminhão 58 mil litros. A gente tem até agora que, normalmente o abastecimento girava em torno de 50 mil litros, então ele tinha essa margem. As vezes abastecia 3 mil litros a mais, outras vezes 500 litros, o que ele conhecia naquele momento, de forma rápida”, destacou o delegado.

A investigação mostrou que o condutor do caminhão, assim que abastecia o veículo e seguia o trajeto para Goiânia, iniciava a comercialização do combustível desviado, por meio de redes sociais. “Além dessa pessoa dentro da usina, antes dele chegar na capital já vinha negociando para revender esse combustível, para motorista e consumidores goianos, que adquiriam um produto que sabiam que é ilegal. Ao que parece são clientes fidedignos, que sempre compravam dele”, disse.

Nesta quinta-feira, as equipes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do indivíduo, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia. No local, foram encontrados sete galões, dois deles cheios de etanol. O armazenamento irregular, segundo o delegado, trazia risco de explosão. Com o homem, os policiais também apreenderam a quantia de R$ 12 mil em espécie. “Ele tentou disfarçar, não mostrar esse dinheiro, nós percebemos que ele estava incomodado com essa bolsa, que ele usou na viagem da noite anterior”, informou.

O valor apreendido com o indivíduo levantou suspeitas, já que o montante não condizia com o salário que ele ganhava pelo trabalho. “Ele disse que ganhava R$ 5.500 por mês, essa informação ainda vai ser confirmada junto à empresa, mas ele disse que tinha gastos mensais de mais de R$ 4.500, ou seja, não sobraria nem R$ 1 mil. Ainda assim ele tinha R$ 12 mil, que alega ser do trabalho dele. fazendo uma conta básica, da pra saber que a quantidade que ele vendeu é significativa”, ressaltou.

Ainda de acordo com o delegado, no celular do suspeito, que também foi apreendido, havia diversas mensagens nas quais ele negociava o combustível desviado. Segundo a apuração, apenas em um dia, o homem chegou a comercializar 400 litros de etanol. O suspeito deverá responder ao final do inquérito por crime contra o sistema de estocagem de combustível, furto e associação criminosa. As investigações deverão continuar, já que existe a suspeita de que outra empresas tenham sido vítimas do esquema. “A gente tem certeza de uma até agora, mas acreditamos que possam ter outras vítimas”, concluiu o delegado.

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