Cidade de Goiás


 

1 – Histórico

A Cidade de Goiás, antiga capital do Estado, surgiu com a chamada corrida do ouro. Foi fundada em 1727, por Bartolomeu Bueno da Silva Filho, com o nome de Arraial de Sant’Anna. Tornou-se Vila Boa de Goiás, em 1739, em homenagem a Bartolomeu Bueno e, ao mesmo tempo, aos índios Goyazes, seus primitivos habitantes. Na época, tomaram-se providências para a construção dos primeiros prédios públicos para criar condições de abrigar a administração local. Assim, foram edificados, por exemplo, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e o Palácio Conde dos Arcos — este foi construído entre 1735 e 1759.

Vila Boa de Goiás foi elevada a capitania geral em 8 de novembro de 1749, quando separou-se da capitania de São Paulo. A vila tornou-se cidade em 17 de setembro de 1818, por meio da carta Régia de Dom João VI, com o nome de Cidade de Goiás, mas a publicação no Correio Oficial só aconteceu exatamente um século depois, em 17/09/1918. Foi capital do Estado até 1937, quando se efetivou a mudança da sede do governo para Goiânia. A antiga capital teve seu tombamento na década de 50. Graças a esse esforço, desde então, tem podido preservar a singularidade de sua arquitetura e dos traços do período colonial.

Em 26 de julho de 1961, o então governador do Estado de Goiás, Maurgo Borges, filho do interventor Pedro Ludovico Teixeira, assinou o decreto que transformou o Palácio Conde dos Arcos em monumento histórico e residência de inverno dos governadores, bem como estabeleceu que, a partir daquele ano, no dia do aniversário da cidade (25 de julho), todos os governadores despachariam o expediente do governo na Cidade de Goiás. Desde então, durante dois dias, a cidade assiste à instalação do Governo Provisório, na última semana do mês de julho, passando a ser, simbolicamente, a capital do Estado. Além disso, no mesmo ano Mauro Borges criou a Lei nº 3.635, que colocou a Cidade de Goiás sob proteção especial do governo. Com a transferência da capital, Mauro Borges prestou homenagem à antiga Vila Boa e aos vilaboenses que, por mais de 200 anos, geriram os destinos do Estado.

A Cidade de Goiás travou intensa luta para conquistar o título de Patrimônio da Humanidade, junto à Unesco. Coordenado pelo Movimento Pró-Cidade da Cidade de Goiás Patrimônio da Humanidade, tendo à frente a professora Brasilete Caiado, morta em acidente automobilístico, em 20 de setembro de 2003. O processo envolveu um conjunto de órgãos e entidades, governo do Estado e comunidade e cumpriu um roteiro de ações, definidas no Dossiê de Goiás. Este documento reúne informações diversas sobre a antiga capital do Estado, abrangendo história e arquitetura, meio ambiente, população e cultura.

Em 1º de julho de 1999, o dossiê foi entregue à Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).  Em audiência pública, em 25 de junho de 2001, a Unesco emitiu parecer favorável à concessão do título, após parecer também favorável do Icomos (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios Históricos).  Finalmente, em 13 de dezembro de 2001,  em Helsinque (Finlândia), a cidade foi declarada Patrimônio da Humanidade.

Na noite de 31 de dezembro do mesmo ano (2001), uma forte chuva fez o Rio Vermelho transbordar. As águas destruíram a Igreja da Lapa, arrastou a Cruz do Anhanguera e causou estragos em vários outros prédios históricos, como a prefeitura, o Hotel Municipal, Teatro São Joaquim e o Hospital São Pedro,  danificando ainda 242 casas e deixando 180 pessoas desabrigadas. O governo do Estado, juntamente com a comunidade local, mobilizou vários órgãos e instituições num gigantesco esforço de reconstrução da cidade. O governo federal liberou R$ 2 milhões do Projeto Monumenta, para as obras de reedificação do patrimônio atingido pelas águas.

Como mecanismo de valorização da cultura, especialmente o cinema, e como forma de colocar Goiás em evidência em âmbito mundial, no momento em que a Cidade de Goiás começava a pleitear o título de Patrimônio da Humanidade, o governo do Estado, por meio da Agência Goiana de Cultura (Agepel), criou o  Fica – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. A primeira edição do festival aconteceu de 2 a 6 de junho de 1999 e teve 34 obras selecionadas, de 17 países. Em 2000 (de 35 de maio a 5 de junho) aconteceu o II Fica, com 38 obras selecionadas, de 15 países. A terceira edição (de 13 a 17 de junho de 2001) contou com 358 obras inscritas (36 selecionadas), de 42 países. Em 2002 (de 5 a 9 de junho), aconteceu o IV Fica, com 429 filmes inscritos, de 63 países. Foram selecionadas 49 obras, de 24 países. A quinta edição (de 10 a 15 de junho de 2003) contou com 299 obras, de 34 países (28 selecionadas, de 13 nações). Contou com orçamento de R$ 1,5 milhão. A mais recente edição, o VI Fica (de 1º a 6 de junho), recebeu 222 inscrições de 48 países. Uma das novidades foi a volta do Teatro São Joaquim à sua antiga condição de cinema e teatro, após ações de reforma e readaptação.  

O apogeu do calendário turístico da Cidade de Goiás acontece na Semana Santa, quando se celebra a Procissão do Fogaréu. A festa mistura religiosidade e folclore, uma tradição que se mantém há mais de dois séculos. O evento atrai as atenções do País.

2 – População: 24.493 habitantes. (IBGE – 2007)

Economia: Agropequaria e turismo

3 – Festas Culturais/Religiosas

06 de janeiro – Folia de Santo Reis – Data Fixa

05 a 10 de abril – Semana dos Passos – Data Fixa

11 a 14 de abril – Semana das Dores – Data Fixa

19 de abril – Procissão do Fogaréu – Data Fixa

17 a 21 de abril – Semana Santa – Data Fixa

1ª quinzena de abril – Domingo de Páscoa – Saída da Folia do Divino – Data Móvel

29 de maio a 03 de junho – Festa de Santa Rita – Data Fixa

04 de junho – Festa do Divino Espírito Santo – Data Fixa

26 de julho – Festa de Sant´Ana, padroeira da cidade

4 – Bens Culturais/Monumentos Históricos:

Areias - Igreja de Nossa Senhora Aparecida - Integra o conjunto dos bens tombados. 

Capela de São João Batista – Tombada em 5 de novembro de 1953, Livro do Tombo das Belas Artes, volume I, folha 79. Lei Estadual nº 8.915, de 13 de outubro de 1980. (no Arraial do Ferreiro).

Casa de Cora Coralina – o prédio não é tombado individualmente, mas integra o conjunto do Centro Histórico, com proteção federal a partir do processo 345-T-42, inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes, fl.97, de 18/09/80.

Catedral de Sant’Ana – Integra o conjunto tombado.

Chafariz da Carioca

Chafariz de Cauda da Boa Morte –Tombado pela Lei Estadual nº 8.915, de 13 de outubro de 1980.

Cruz do Anhanguera

Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Tombada em 13 de agosto 1985, inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes, volume I, fl. 72. Lei Estadual nº 8.915, de 13 de outubro de 1980.

Igreja de Santa Bárbara – Tombada em 13 abril de 1950, proteção federal, processo 345-T-42, inscrição nº 360, Livro do Tombo das Belas Artes, fl.73.

Igreja do Rosário – Tombada em 18 de setembro de 1978, inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes, volume I, fl.97.

Igreja Nossa Senhora da Abadia – Tombada em 13 abril de 1950. Livro do Tombo das Belas Artes, folha 73, processo 345-T-42.

Museu das Bandeiras – Tombado em 1951, proteção federal, processo nº 345-T-942, inscrição nº 395, Livro do Tombo das Belas Artes, fl.77. Lei Estadual nº 8.915, de 13 de outubro de 1980 (antiga Casa de Câmara e Cadeia).

Museu de Arte Sacra da Boa Morte – Tombado em abril de 1950, Inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes, Volume I, folha 72 (Igreja da Boa Morte).

Palácio Conde dos Arcos – Tombado em 1951, inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes, volume I, folhas 77.

Quartel do 20º Batalhão de Infantaria – Tombado em 3 de julho de 1950, pelo Patrimônio Federal, inscrição nº 280, Livro do Tombo, Volume I, folha 48, processo 345-T42, 31/07/1950. Lei Estadual 8.915, de 13 de outubro de 1980.

Sede da Real Fazenda - Tombada no conjunto de bens.

Igreja de São Francisco de Paula – Tombada em 13 de abril de 1950, inscrita no Livro do Tombo das Belas Artes, volume I, folha 72 e Lei Estadual nº 8.915, de 13 de outubro de 1980.

5 – Pontos Turísticos:

Todos os Monumentos Históricos (acima citados).
Rio Bacalhau
Balneário Santo Antônio
Balneário Cachoeira
Cachoeira das Andorinhas

6 – Distrito / Povoado:

Águas de São João – a sete quilômetros do município. (600 habitantes)

Calcilândia – a 58 quilômetros do município. (600 habitantes)

Lajinha – a 45 quilômetros (não foi informada a população).

Colônia Viva – a 37 quilômetros do município (500 habitantes).

7 – Rede de Ensino:

Municipal: 2.128 alunos.
Estadual: 5.272 alunos.

8 – Via de Acesso:

Cidade de Goiás está a 128 quilômetros de Goiânia.
Trajeto: Partindo-se de Goiânia, toma-se a GO-070, passando por Goianira, Inhumas, Itauçu e Itaberaí. Daí até Goiás são aproximadamente 35 quilômetros.

Hotelaria:

Casa Verde Hotel – Telefone: (62) 3371-2006
Hotel Anhanguera – Telefone: (62) 3371-2306
Hotel Araguaia – Telefone: (62) 3371-1462
Hotel Rio Vermelho – Telefone: (62) 3371-1386
Hotel Serrano – Telefone: (62) 3371-1825
Hotel Vila Boa – Telefone: (62) 3371-1000/3000
Pousada do Bacalhau – Telefone: (62) 3371-1783
Pousada do Ipê – Telefone: (62) 3371-2065
Pousada do Sol – Telefone: (62) 3371-1717


Fontes: Material enviado (via fax) pela prefeitura ao Banco de Dados dos Municípios.
DERG0 (Lista de Distância dos Municípios à Capital).
Telefone da Prefeitura: (62) 3371-2607.
Mary Yázigi – historiadora, funcionária do Arquivo Histórico Estadual

 

*OBS: Texto atualizado até novembro de 2004.

Governo na palma da mão

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