Veterinário explica no TBC 1 como funciona a rede de apoio aos animais feridos nas queimadas do Pantanal

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás, Rafael Costa Vieira, e a apresentadora Michelle Bouson, nos estúdios da TBC

Presidente do CRMV-GO, Rafael Costa Vieira disse que foi criado o Comitê do Fogo, para receber doações que ajudarão no socorro aos animais do Pantanal

A situação dos animais do Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nesse momento de queimadas intensas, está mobilizando uma rede de apoio que conta com ONGs, governos, voluntários e os Conselhos Regionais de Veterinária. Para tanto, foi criado o Comitê do Fogo, que tem a participação também do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO). O presidente dele, Rafael Costa Vieira, falou nesta quinta-feira, 24, em entrevista ao TBC 1, como está sendo feita essa interação, que vai de arrecadação de insumos, equipamentos e medicamentos veterinários, até a divulgação de contas bancárias para, através das ONGs, receber doações em dinheiro.

Informou que o Conselho de Goiás serve como apoio aos Conselhos de Medicina Veterinária de MT e MS, para a coleta de insumos. Para fazer a doação, a pessoa precisa ir à página do CRMV-GO na internet (no link “incêndios no pantanal”) e seguir as instruções. Segundo ele, é importante isso, porque as pessoas poderão doar o que está faltando, como termômetros, estetoscópios, equipamentos de segurança para os trabalhadores, luvas, lanternas, suporte para colocar soro, mesa de atendimento, anti-inflamatórios, pomadas para queimaduras, analgésicos e anestésicos.

“Como são ações específicas para os animais que estão sofrendo naquele momento, é importante que a doação seja direcionada para essa situação. Antes de doar, é bom verificar os insumos que estão faltando”, acrescentou Rafael. Disse que o trabalho é multidisciplinar e envolve diferentes funções, uma delas é o atendimento veterinário. Mas existem outras, como as de resgate, de transferência da fauna para um lugar mais seguro e mais amplo.

“Existem animais que precisam ser transferidos de determinado local para um mais seguro, existem outros que estão em locais que já foram queimados e esses animais passam por uma escassez de alimentos. As equipes de voluntários vão a esses locais levar alimentação e verificar se há animal ferido para, se possível, fazer o tratamento. Animais em situação mais grave são retirados daquele ambiente para serem reabilitados. Depois da reabilitação, se eles tiverem condições de retornar para a vida livre, aí eles serão retornados ao ambiente do seu habitat”, explicou.

Ele observou que em alguns casos os animais sofreram um nível de agressão tão grande que pode inviabilizar a vida dele em liberdade. E citou o exemplo das onças, visto que algumas tiveram queimaduras tão profundas que atingiram os tendões das patas. “O animal silvestre, que utiliza as patas para agarrar as presas, muito dificilmente vai conseguir retornar para a vida livre se ele não tiver o movimento reabilitado. Existem equipes em vários locais e também pontos de apoio hospitalares”, pontuou.

Disse também que o próprio CRMV-GO não pode arrecadar fundo para ajudar, mas está divulgando contas bancárias de instituições, como ONGs parceiras, para receberem doações que serão usadas para financiar esses projetos. Essas doações vão para custear deslocamentos e compra de medicamentos que só pode ser feita por um veterinário. Uma das contas é do Banco do Brasil, agência 2609-3, Conta Corrente 6237-5.

Confira a entrevista completa:

ABC Digital

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo