Vacina simboliza início da guerra contra a Covid-19 com arma, diz médico infectologista

Especialista diz que o problema não acabou e as pessoas precisam manter os cuidados sanitários para evitar um avanço ainda maior dos casos

O médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz disse que o Brasil viveu no domingo, 17, um dia histórico pela aprovação e aplicação da vacina contra a Covid-19. Em entrevista hoje, 18, no programa O Mundo em Sua Casa, das rádios Brasil Central AM e RBC FM, ele afirmou que “a vacina é o início da guerra contra o coronavírus com arma, porque até agora estávamos na frente de batalha sem nenhuma arma”.

O especialista disse que a medida é muito alvissareira, mas observou, contudo, que a população precisa entender que deve continuar tomando todos os cuidados sanitários como distanciamento, uso de álcool em gel após contatos com objetos que não são de uso pessoal, evitar aglomerações e usar máscaras sempre. “A vacina é o caminho para a solução do problema, mas as pessoas não podem retomar os velhos hábitos, sob risco de chegarmos à mesma situação vivida hoje no Amazonas”, alertou Boaventura Queiroz.

Vacinação

Ainda na entrevista o médico fez uma projeção da campanha de imunização ao longo deste ano, reforçando que se trata de um processo paulatino demorado. “Até o fim de 2021 deveremos chegar no máximo a 20% da população vacinada. É muito longe da necessidade de proteção coletiva. Daí a importância da continuidade de todos os protocolos sanitários pela população”, ressaltou o médico.

O infectologista também defendeu a aplicação da vacina em grupos prioritários, sob o argumento de que não há disponibilidade de vacina para todos ao mesmo tempo. “É natural que os profissionais da saúde tenham absoluta prioridade, porque são soldados na guerra sem arma. Então é necessário que tenham essa arma. Quanto aos idosos acima de 80 anos e depois aqueles com mais de 60 anos, bem como pessoas que tenham comorbidades, devem ser vacinadas primeiro porque são grupos mais vulneráveis, com maior número de mortes”, disse.

Quanto a questionamentos sobre eficácia de 50% da vacina Coronavac, Boaventura Queiroz esclareceu que isso significa dizer que 50% dos que forem vacinados, se entrarem em contato com o vírus, não terão a doença. Porém 70% dos vacinados, ou não terão a doença ou a terão com sintomas muito leves. “Em todas as pesquisas realizadas com uso da vacina, não houve situação de vacinados que tenham contraído a doença. Então o imunizante é eficaz”, finalizou ele.

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