Secretaria da Saúde alerta para a importância da vacinação contra sarampo
Coordenadora de Doenças Imunoprevisíveis, Gláucia Aires, diz à RBC que o vírus da doença continua circulando, fato que pode passar despercebido devido ao foco na pandemia da Covid-19
A coordenadora de Doenças Imunoprevisíveis e Respiratórias da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Gláucia Aires, alertou os pais nesta sexta-feira, 19, para a importância da vacinação contra sarampo. O receio é que o foco na pandemia da Covid-19 possa fazer com que o risco do sarampo passe despercebido da população. E o vírus dessa doença, que é altamente contagioso, continua circulando no País e em Goiás.
O alerta foi feito durante entrevista concedida ao programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM, que teve apresentação de Ernesto Fleury e Luzeni Gomes. Gláucia lembrou que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito grave, e pode inclusive levar à morte, sendo mais grave em crianças menores de cinco anos de idade que estejam desnutridas e imunodeprimidas. “A transmissão é extremamente contagiosa, também pelo ar, através da tosse, ao falar e ao espirrar”, acrescentou. E frisou: o meio de evitar o sarampo é a vacinação.
Retorno
O sarampo chegou a ser declarado erradicado no Brasil durante 20 anos pela Associação Panamericana de Saúde (Apas). Porém, as pessoas acharam que ela não voltaria e não davam mais importância (à vacinação). Começaram surtos na Europa e em outros países. Com a facilidade de circulação de pessoas, houve a reintrodução do vírus do sarampo no País. De acordo com a coordenadora da SES, um fato agravante é que no período de 2015 a 2018 a cobertura vacinal no País ficou abaixo do preconizado – o ideal é que seja de pelo menos 95%.
Proteção
Atualmente Goiás registra cobertura vacinal de 86%, mas este índice já esteve mais baixo, tanto no Estado quanto no País, disse Gláucia. Este ano, já são mais de 4 mil casos confirmados da doença em todo o território brasileiro, com destaque para o Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Goiás o número de casos é pequeno, de apenas cinco, e não há registro de mortes. Mas em todo o Brasil são cerca de 14 óbitos. “Vamos deixar bem claro: a gente orienta (os pais) que mantenham a carteira de vacinação em dia, porque a única medida de proteção (contra o sarampo) seria a vacinação”, voltou a ressaltar.
De acordo com a coordenadora da SES, a vacina contra o sarampo está disponível nas unidades públicas de saúde para pessoas com 30 a 49 anos de idade, em dose única. Para a faixa etária de 1 a 29 anos, são duas doses. Os sintomas do sarampo são: febre alta, vermelhidão pelo corpo e conjuntivite. Ao aparecer esses sintomas, ela orienta procurar o médico imediatamente. Isso porque, a partir do momento da suspeita da doença, algumas medidas têm de ser tomadas imediatamente para evitar a transmissão. O bloqueio vacinal deve ser feito em até 72 horas em todos os contatos do paciente, para evitar o surgimento de novos casos.
ABC Digital