Presidente do Conselho de Farmácia de Goiás comenta proibição de venda de ivermectina sem receita médica

A presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás, Lorena Baía, e a apresentadora Michelle Bouson, nos estúdios da TBC

Lorena Baía participou do TBC 1 e disse que os remédios tomados sem orientação médica não possuem eficácia comprovada e podem ser perigosos

Uma mistura de ansiedade, medo e desinformação tem levado muitos brasileiros a se automedicar contra o novo coronavírus. Vários medicamentos têm sido procurados nas farmácias com esse fim, todos sem nenhuma comprovação científica de eficácia e com riscos de efeitos colaterais.

A bola da vez, o antiparasitário ivermectina, levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibir a venda do medicamento sem receita médica. A medida, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira, 23, inclui ainda a cloroquina, hidroxicloroquina e nitazoxanida.

Para comentar o assunto, o telejornal TBC 1 ouviu nesta sexta-feira, 24, a presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás, Lorena Baía. Ela conversou por videoconferência com a apresentadora Michelle Bouson e disse que a droga vem sendo testada em laboratório, com bons resultados como antiviral, mas ainda carece de comprovação em testes clínicos, ou seja, em humanos.

Lorena Baía também chamou a atenção para os riscos dos efeitos colaterais em quem consumir o remédio sem acompanhamento médico. “Os primeiros sintomas que a gente observa nos pacientes são as manifestações gastrointestinais, como vômito, diarreia, dores abdominais, pode inibir o paladar do paciente e, nos casos mais graves, gerar o comprometimento do sistema nervoso central”, disse a farmacêutica.

A presidente do CRF levou o mesmo raciocínio à cloroquina e hidroxicloroquina, medicamentos que tiveram mais um estudo, desta vez brasileiro, indicando sua ineficácia no tratamento da Covid-19. A pesquisa batizada de Coalizão Covid-19 Brasil, feita por alguns dos principais hospitais do país, aponta que a cloroquina, sozinha ou associada com azitromicina, não mostrou efeito favorável na evolução de pacientes adultos hospitalizados com formas leves ou moderadas da doença. 

Confira a entrevista completa:

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