Presidente do Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte diz no TBC 1 que situação é melhor hoje, mas ainda requer o cuidado de todos
Segundo Fábio Camargo, mesmo com uma vazão do rio Meia Ponte melhor, não é motivo para ficar feliz, porque ela ainda é muito pequena
O rio Meia Ponte tem hoje o dobro da vazão que tinha no mesmo período do ano passado, mas a situação não é tranquila e ainda está exigindo cuidados da população de Goiânia e região metropolitana com o consumo de água. A informação foi passada pelo presidente do Comitê da Bacia do Rio Meia Ponte, Fábio Camargo, durante entrevista nesta quinta-feira, 3, ao TBC 1, da TV Brasil Central, observando que a situação do Meia Ponte hoje está melhor, principalmente se levarmos em consideração os últimos três anos, mas que a população e instituições públicas e privadas estão mais conscientes do problema e trabalhando para diminuí-lo.
“A vazão do Meia Ponte hoje é mais do que o dobro do que a gente tinha no mesmo período do ano passado. O que também não é pra ficar muito feliz, porque mesmo assim é uma vazão pequena. Mas, considerando o ano passado, a vazão está bem maior”, afirmou Fábio, acrescentando que o Comitê começou esse trabalho mais forte desde 2017, quando teve a maior crise hídrica, “que realmente faltou água aí na torneira de quase metade da população do estado”.
De acordo com ele, a partir daí, os governos, a Saneago, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado, as associações e as federações, tanto da agricultura quanto da indústria, começaram a discutir o assunto, trabalhando para que se diminuísse o consumo de água. “Com muita dificuldade, depois de quatro anos, a gente pode dizer que houve uma mudança de postura, inclusive da população. A população está consumindo uma quantidade menor de água, o produtor rural também está deixando de plantar nesse período de seca mais intensa, não precisando fazer a captação do Meia Ponte, a indústria da mesma forma. Acho que isso é um trabalho desses órgãos e da população, que faz com que essa água se mantenha no Meia Ponte por mais tempo”, assinalou.
Risco de faltar água?
Disse que hoje se vê poucas pessoas lavando calçada com água tratada e que isso era uma coisa normal. Segundo Fábio, atualmente as pessoas estão se cobrando e cobrando umas das outras, e a população rural também dá uma parcela de contribuição muito grande. Lembrou que esse é um trabalho que tem de ser feito todos os dias e todas as horas. “Não é porque temos um pouco mais de água no Meia Ponte que iremos desperdiçar. Continuamos contando com a consciência de todos os envolvidos, empresários, poder público e população”, reafirmou.
Perguntado pela apresentadora Michelle Bouson se corremos o risco de falta d’água, confirmou que o risco sempre pode acontecer, “porque não chove e o consumo vai aumentando”. No entanto, observou, a possibilidade de que isso aconteça é bem menor do que nos últimos quatro anos. “A gente tem o dobro de água, a população está entendendo e, graças a Deus, isso está acontecendo agora. Imagina nessa pandemia toda a gente rodar a torneira e não tiver água? É um trabalho de muitos anos, tem muito o que fazer ainda, mas já é um resultado bom ao longo desses quatro anos”, sentenciou.
Confira a entrevista na íntegra:
ABC Digital