OAB-GO se mobiliza pela rápida elucidação do assassinato dos advogados

Presidente da Comissão de Apuração de crimes contra advogados diz que versão de latrocínio (roubo seguido de morte) não o convence e nem os advogados

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção de Goiás (OAB-GO) -, pela sua Comissão de Apuração de Crimes violentos contra advogados, se mobiliza para pedir a rápida e consistente elucidação de todo o caso do assassinato de dois advogados, em Goiânia, na semana passada. Presidente dessa comissão, o ex-delegado Edemundo Dias disse em entrevista ao TBC 1, da TV Brasil Central, que esteve com o Delegado Geral da Polícia Civil de Goiás, Odair José Soares, buscando parcerias na defesa da categoria e mostrando a preocupação da OAB-GO com os recorrentes ataques à integridade física dos advogados que atuam em Goiás.

Segundo ele, de 2004 para cá, já houve 24 atentados violentos conta a vida de advogados no Estado, dos quais apenas quatro sobreviveram. A Polícia matou um suspeito, Jaberson Gomes, e prendeu o segundo suspeito Pedro Henrique Martins Soares, que inclusive confessou ter atirado e matado, semana passada, em Goiânia, os advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis. Edemundo afirmou que a versão de latrocínio (roubo seguido de morte), apresentada inicialmente por Pedro Henrique, não o convence pessoalmente e nem os advogados. Hoje, a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios realizou diligências, para apurar o caso.

“Tratamos dessa questão com o Dr. Odair e a própria Polícia Civil também não está convencida. É uma hipótese que deve ser melhor analisada, não deve ser descartada totalmente. Mas cremos que a Polícia Civil já encaminhou bem a questão e vai apresentar a conclusão desse caso, mostrando o mandante ou os mandantes e as verdadeiras causas que foram a motivação desse crime tão horrível que aconteceu aqui e chocou toda a sociedade, em especial os advogados”, observou Edemundo.

Preocupação

Ele informou que a OAB-GO está preocupada com esses ataques de forma recorrentes e violentos, “verdadeiras barbaridades que os advogados de Goiás têm sido vítimas” e por isso mesmo procurou a Polícia Civil, “porque confiamos na instituição, buscamos parcerias e também cobramos dela solução em todas essas investigações”. Disse que 80% dos casos têm a conclusão, mas alguns casos ainda são remanescentes, sem o devido término. “Especialmente, casos em que o desfecho foi com morte, porque os advogados têm sido vítimas de outros tipos de crimes, como extorsão, grave ameaça e lesão corporal. O último caso, mais rumoroso em Goiás, foi de um advogado que recebeu a explosão de uma bomba em seu escritório. Isso nós não podemos admitir, nem a sociedade e nem os advogados, particularmente, porque é uma afronta à advocacia”.

Para ele, o advogado “é um promotor da paz, da justiça, da segurança das pessoas. Mas, quando somos afrontados, temos o dever de buscar solução para a defesa nossa e dos nossos constituintes”. Para isso, a OAB está buscando no Congresso Nacional a legalização mais específica do porte de arma para os advogados, “como parte das atividades assemelhadas a juiz, promotores, que têm o porte já legalizado”. Por isso, está tentando uma parceria com a Academia da Polícia Civil, para treinamento e capacitação de advogados no porte de arma e na qualificação do manuseio de armas, mesmo sabendo que o advogado tem direito ao porte como qualquer outro cidadão. Para complementar, afirmou que qualquer cidadão precisa ter o direito da defesa, um direito que não pode ser tirado de ninguém, muito menos dos advogados.

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