Novembro Azul: a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Urologista do Araújo Jorge fala sobre a campanha deste mês, que visa conscientizar os homens para a necessidade da avaliação médica anual a partir dos 50 anos de idade

De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2020 mais de 65 mil brasileiros serão diagnosticados com casos de câncer de próstata. Deste total, quase 2.300 serão goianos. Os números são preocupantes. Por causa disso, novembro ficou conhecido como Novembro Azul. Um mês de campanha contra o preconceito, visando chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Para falar sobre a campanha e a doença, nesta segunda-feira, 2, esteve no estúdio do telejornal TBC2 o médico urologista do Hospital Araújo Jorge, Marcel Cabral. Na entrevista concedida à apresentadora Danuza Azevedo, ele admitiu que os homens ainda têm muito preconceito com o exame de toque retal, apesar dele ser indolor e rápido, além de fundamental .

Segundo o urologista, são dois exames em conjunto: do toque e do PSA, este último um exame de sangue. Os dois são fundamentais de serem feitos, reforçou. Se for levar em conta só o exame do sangue para avaliação desses pacientes, o diagnóstico de 20% dos pacientes será perdido. E normalmente são casos mais agressivos da doença, que não chegam a produzir o PSA, alertou.

 “Então (o homem) tem que parar com o preconceito, (o toque) é um exame que não fere a masculinidade de ninguém e dura segundos”, complementou. Estando tudo normal, será necessário repetir esse exame somente depois de um ano. Para o médico, vale a pena fazer o exame de toque, pois se tiver que achar alguma coisa, que seja no início, argumentou. Nos casos de diagnóstico precoce, a chance de cura chega a 90% e a possibilidade de não ter sequelas é alta.

Tratamento

Conforme Marcel, o tratamento do câncer de próstata evoluiu bastante. São opções de tratamento curativo hoje a cirurgia, que é a retirada totalmente da próstata, e a radioterapia. Um ou outro tratamento no geral; e podem ser complementares, se eventualmente for necessário. Em relação à cirurgia, que anteriormente era feita só por corte, por via aberta, atualmente tem a cirurgia por vídeo com poucos furos, e a cirurgia por robô.

Essas duas últimas modalidades de cirurgia, além de trazer o paciente mais rápido para a recuperação laboral, propicia também a recuperação da parte funcional, que é da continência urinária (do controle da urina) e da potência sexual, que são bem mais precoces nesses casos com a mesma chance de cura do câncer.

Ele citou uma recente pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, a qual mostra que 55% dos homens, que já iriam fazer algum tratamento ou algum acompanhamento, não foram ao médico esse ano, por causa da pandemia. O porcentual preocupa, porque já ocorre um diagnóstico tardio em 20% a 25% das vezes.

Tendência

Este ano, essa tendência (de diagnóstico tardio) pode se repetir, e os médicos devem pegar doenças mais avançadas, com piora da chance de cura. Por isso, destacou a importância do câncer da próstata ficar na mídia, para conscientizar o homem da necessidade de fazer o acompanhamento médico.

Informou ainda que a Sociedade Brasileira de Urologia preconiza que homens acima de 50 anos de idade devem iniciar sua avaliação anual. Em casos de histórico familiar – parente de primeiro grau acometido – a chance (de ter câncer de próstata) dobra em relação à população em geral. No caso de dois parentes – irmão e pai –, as chances são seis vezes maiores. Na população negra e nos obesos também é “mandatório” começar o rastreamento um pouco mais precoce, com 45 anos, recomendou.

Confira a entrevista na íntegra:

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