Nenhum país do mundo fez a flexibilização total da quarentena de um dia para o outro, afirma médica à RBC

Cristiana Toscano, que também é professora da UFG, defende a reabertura das atividades econômicas de maneira balanceada, em etapas e com segurança

Nenhum país do mundo promoveu a flexibilização total (das medidas de isolamento social devido à pandemia da Covid-19) de um dia para o outro. Essa flexibilização deve ser restritiva, com a retomada das atividades econômicas de maneira balanceada, em etapas e com segurança. Foi o que defendeu a médica Cristiana Toscano em entrevista nesta sexta-feira, 17, ao radiojornal O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM. Ela também é professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Cristiana foi entrevistada pelos apresentadores Marcelo Cabral e Rafael Mesquita. Ela defendeu, como importantes, a quarentena e as medidas de isolamento social em casos de epidemias, e pela experiência de outros países que antecederam o Brasil no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus. A quarentena deve ser adotada no início do crescimento dos casos (da doença) e deve permanecer durante o período de crescimento máximo, para que se possa postergar um pouco essa evolução, de forma a se poder preparar o sistema de saúde para as demandas de leitos, de UTIs e dos cuidados médicos necessários, ponderou.

Relaxamento

Sobre a possibilidade de relaxamento das medidas restritivas adotadas em Goiás no mês de março último, e já prometidas pelo governador Ronaldo Caiado para o período a partir de domingo próximo, dia 20, a médica argumentou que, momento, não seria recomendável que o comércio tivesse uma flexibilização total. Mas somente as atividades essenciais e aquelas que dão suporte a esse segmento, portanto a cadeia de suprimentos para as atividades essenciais. Entretanto, admitiu que a definição do que é atividade essencial é “um pouquinho complexa”.

Cristiana Toscano lembrou que cada Estado tem uma estimativa de período de pico dos casos da Covid-19. Goiás foi um dos primeiros Estados a implementar medidas restritivas de uma só vez, e se fala aqui que o clímax da pandemia seria até 20 de abril. “Na verdade, não existe um momento certo, que possa orientar a liberação. Existe a segurança que se tenha testes, diagnósticos e leitos hospitalares”, avaliou.

Ela lembrou que estamos todos suscetíveis à Covid-19, que é uma doença altamente transmissível, com grande propagação. E muitos casos graves evoluem, infelizmente, para o óbito. Reforçou ainda os cuidados básicos: lavar as mãos ou usar álcool em gel de maneira bem cuidadosa; evitar colocar as mãos no rosto, cumprimentar e ter proximidade com outras pessoas, mantendo a distância de um a dois metros. “Qualquer sintoma respiratória é motivo importante para ficar alerta, permanecer em casa. E mesmo dentro de casa, não se deve ficar próximo de outras pessoas”, recomendou.

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