Medidas de precaução para evitar a Covid-19 devem continuar por muito tempo, diz Flúvia Amorim

Em entrevista à RBC, a superintendente da SES explicou o motivo da evolução da Covid-19 em Goiás permanecer em alta; e lembrou que, quando tiver a vacina, não será possível imunizar toda população de uma só vez

Em Goiás, o número de casos da Covid-19 superou a casa dos 111 mil e a mortes estão acima de 2.500. A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, participou do radiojornal O Mundo em sua Casa nesta sexta-feira, 21, para falar sobre a situação da doença no Estado. Esta edição do programa noticioso das rádios Brasil Central AM e RBC FM foi apresentada por Juvêncio Alarcon e Rafael Mesquita.

Durante a entrevista Flúvia explicou que, mesmo duas semanas após o fechamento das atividades por 14 dias determinado por decreto estadual, o número de casos da Covid-19 em Goiás segue em alta. Isso porque, na realidade, na grande maioria dos municípios goianos as atividades econômicas permaneceram abertas. E com isso, as taxas de isolamento caíram ainda mais.

Exaustão

Segundo a superintendente da SES, isso ocorreu porque houve uma exaustão, por parte da população no sentido de manter tudo fechado, uma exaustão econômica, social e cultural. Esse comportamento também foi verificado em outras partes do mundo. Diante disso, foi preciso lançar mão de novas estratégias, visando diminuir a transmissão (da doença), mesmo com a mobilidade das pessoas.

Citou o distanciamento social, evitar o contato físico, usar a máscara, lavar as mãos com água e sabão ou usar o álcool em gel, cuidados a serem tomados quando o cidadão precisa sair de casa.

Entretanto, disse que, em uma volta à noite pela cidade, é possível ver locais cheios de pessoas sem máscaras, se abraçando. “Esse não é o momento. A gente sabe da necessidade do contato físico, o brasileiro é caloroso. Mas vivemos num momento no mundo em que isso não deve acontecer”, alertou. Pode sair, mais mantendo distância. Não está bebendo ou comendo, só conversando, use máscara, recomendou.

Vacina

Ela admitiu que não é fácil, é complicado, não é algo com que o brasileiro está acostumado, mas terá que se habituar. Porque mesmo com a vacina saindo no ano que vem, não será possível vacinar 100% da população de uma só vez. “E não se sabe por quanto tempo essa vacina vai nos proteger. Por isso, essas medidas de precaução deverão continuar”, destacou.

Flúvia Amorim afirmou ainda que Goiás registra uma estabilização no número de mortes por Covid-19, quando se avalia pela data do óbito. “O problema é que essa estabilização ocorreu lá em cima”, ponderou. Disse esperar que nas próximas semanas, no próximo mês, essa curva comece a descer, “mas vai depender do comportamento das pessoas”.

Declarou que a ampliação da testagem contribui para identificar quem está infectado, isolar e monitorar; fazendo com que a cadeia de transmissão seja interrompida. A médio e longo prazos, argumentou, essa estratégia pode contribuir para uma queda da curva de casos de forma mais sustentada.

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