Médica faz alerta no TBC 1 para maior cuidado com as crianças nessa época de pandemia da Covid-19

A médica alergista e imunologista Lorena Diniz e a apresentadora Michelle Bouson, nos estúdios da TBC

Lorena Diniz diz que apareceu também nesse momento a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, que é muito grave e requer cuidados especializados

Muito cuidado com as crianças durante a pandemia da Covid-19 foi a recomendação feita hoje, durante entrevista realizada nesta segunda-feira, 14, ao TBC 1, pela médica alergista e imunologista Lorena Diniz, porque, mesmo a maioria sendo assintomática, há o perigo de transmissão a outras pessoas e também a possiblidade de confundir com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, que é muito grave e também está atacando. Em Goiás, pelos dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde, mais de 4 mil crianças já foram infectadas pela Covid-19, com o registro de sete óbitos.

“Falo que os filhos são a nossa maior riqueza. Esse número em porcentagem pode ser pequeno, mas para uma mãe 1% é 100%. Então, a gente tem de cuidar para as nossas crianças não pegarem a Covid”, observou a médica, acrescentando que mesmo sendo geralmente assintomáticas ou às vezes com sintomas leves, como coriza, espirros esporádicos, tosse e febre baixa, vê-se que há casos “um pouco mais graves, fazendo quadros de doença inflamatória sistêmica”.

Cuidados

Segundo ela, pela própria característica da criança, é difícil evitar a convivência, mas é preciso tomar alguns cuidados, como manter a casa arejada, a lavagem das mãos, não compartilhar copos e talheres e evitar uma aproximação maior. “O cuidado deve se estender aos familiares e aos pequenos. Apesar dos sintomas nas crianças serem mais leves, a gente corre o risco de ter uma doença grave e pós covid com as nossas crianças”, observou.

Sobre o uso da máscara para criança de até dois anos, explicou que geralmente ela a utiliza de forma incorreta, por causa da coordenação motora. “Usar incorretamente ou não usar, a proteção vai ser a mesma. O não compartilhamento de talheres e copos, evitar dormir junto e respirar perto é melhor do que usar a máscara incorretamente. Há também o risco de uma sufocação dessas crianças menores”, informou. Ela é também contra o retorno das crianças à sala de aula neste momento de pandemia, assinalando que os riscos seriam aumentados, visto que os pais trabalham fora e já levam esse risco para casa. Na escola esse risco aumentaria, por causa do contato que seria maior entre as crianças.

Não bastasse a Covid-19, as crianças estão expostas também à Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, que, segundo a médica Lorena Diniz, leva a uma explosão inflamatória no organismo. Informou que o que mais chama atenção nessa doença são três sintomas básicos: febre persistente, manchas no corpo e conjuntivite. “Um sinal de alerta para a mãe saber se seu filho tem essa síndrome é a febre persistente. Ela não cessa em menos de cinco dias, só passa com remédio e daqui a quatro horas está voltando. Ela vem associada com manchas na pele, conjuntivite, dores abdominais, vômitos, diarreia e recusa alimentar. A criança terá de ser internada, receber medicamentos específicos, na tentativa de imunossuprimir, tirar essa explosão inflamatória desse corpinho, e não correr o risco de óbito”, explicou.

Confira a íntegra da entrevista:

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