Lei de Cotas mostrou importância da força de trabalho de pessoas com necessidades especiais

Dispositivo legal completa 30 anos com resultados positivos quanto à contratação de portadores de deficiência física. Mas analistas dizem que é preciso avançar mais

A Lei de Cotas para inclusão de pessoas com deficiência física no mercado de trabalho (Lei 8.213, de 24 de julho de 1991) está completando 30 anos com avanços e resultados positivos, especialmente pela consciência e disposição de muitos empreendedores de incorporar a força de trabalho dos portadores de necessidades especiais ao mundo corporativo. Em entrevista hoje, 27, ao programa O Mundo em Sua Casa, a supervisora de Inclusão Social do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), Lilene Ruy, enfatizou que há muito o que comemorar quanto aos resultados da Lei, principalmente pela visibilidade e garantia de inserção dessas pessoas no mercado de trabalho.

“São pessoas inteligentes, responsáveis e empenhadas em desenvolver com eficiência as suas atividades, superando dificuldades e limitações inerentes à sua situação. Elas proporcionam grande contribuição aos processos de produção e, em muitos casos, conseguem mudar a realidade do mundo corporativo, com sugestões, inovação e avanços na gestão”, ressaltou Lilene Ruy. A supervisora do CIEE reconhece que, ao longo dessa trajetória de 30 anos, a tarefa não foi fácil, especialmente porque a sociedade ainda é preconceituosa e muitas vezas as pessoas com deficiência são vistas com descrédito e sinônimo de improdutividade. Contudo, avanços importantes foram registrados e há motivo de comemoração, reforçou ela.

Avançar mais

A propósito dos 30 anos da Lei, comentaristas do programa O Mundo em Sua Casa emitiram opiniões sobre o tema, com observações positivas, mas alertando também para a necessidade de avançar mais. O presidente da Frente Conservadora Goiana, Jennifer Crecci, disse que a Lei ainda não alcançou situação ideal e que existem ajustes que precisam ser feitos. Ainda assim, parabenizou as empresas que tiveram visão e passaram a cumprir o dispositivo legal, acrescentando que existem muitos casos emblemáticos de portadores de necessidades especiais que fazem excelente trabalho. E aproveitou para estimular as empresas a contratarem essa mão de obra.

Já o publicitário Gersiley Batista disse que 30 anos depois, a Lei ainda não é totalmente levada a sério, porque existem cerca de 400 mil postos de trabalho que poderiam ser ocupados por pessoas com necessidades especiais. Conforme disse, muitas empresas limitam as suas contratações, levando em conta os tipos de deficiência e os custos a mais que teriam de fazer para adaptar os locais de trabalho a essas pessoas, principalmente daquelas que têm dificuldade de locomoção. “Isso é um aspecto negativo e precisamos avançar mais. Com preconceito e limite nas contratações, as empresas podem estar perdendo excelentes profissionais”, arrematou.

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