Janeiro Verde: mês de prevenção do câncer do colo do útero

No TBC2, presidente da Sociedade Goiana de Ginecologista reforça que vacina e exames periódicos são as armas das mulheres para se prevenir contra esse tipo de câncer

Janeiro é o mês de prevenção do câncer do colo do útero. A doença é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, e a quarta maior causa de mortes entre as mulheres no Brasil. Mas com a prevenção, por meio da vacina e de exames periódicos, é possível reduzir sua incidência.

A presidente da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia, Rosane Ribeiro, esteve no estúdio do TBC2 nesta terça-feira, 26/1. Ela falou sobre a doença e as maneiras de se prevenir. Explicou que câncer do colo do útero é um tipo da doença que apresenta uma fase muito longa pré-invasiva, ou seja, antes de ser propriamente um câncer.

Conforme Rosane, nessa fase pré-invasiva, quem faz a prevenção da doença e a triagem de lesões pré-cancerosas, na maioria das vezes, é o médico ginecologista.  Acrescentou que o Brasil precisa melhorar a prevenção primária, por meio de vacinas; e a prevenção secundária, através do rastreamento, ou seja, de exames periódicos. Países desenvolvidos investiram muito nessas duas ações e conseguiram reduzir bastante a incidência desse câncer, informou.

Vacina

A prevenção primária é realizada com a vacina contra o HPV. Segundo a médica, o Programa Nacional de Imunizações preconizou a vacina quadrivalente. Ela é direcionada para os vírus de alto risco 16 e 18, que causam 70% dos cânceres de colo de útero; e para os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas.

“Se toda a população até 15 anos de idade for imunizada, o que se espera com essa vacina quadrivalente é uma redução de 70% na incidência do câncer do colo do útero”, afirmou. Ressaltou que a vacina tem “uma eficácia enorme”. Citou ainda que países desenvolvidos utilizam agora a vacina nonavalente, que vai promover uma redução em torno de 80%.

A outra ação preventiva é a triagem secundária, que no Brasil é feita pela citologia oncótica. Ela destacou que a lesão pré-cancerosa não tem sintomas e não apresenta sinal no exame feito pelo ginecologista. Por isso, é preciso colher material para um exame de laboratório, que é a citologia oncótica, para fazer o rastreamento dessas lesões. “E esse câncer é prevenível exatamente por isso: a lesão pré-cancerosa leva de dois a dez anos para se transformar em câncer. Então, tem todas as características para ser erradicado no mundo”, comentou.

Papanicolau

Rosane Ribeiro afirmou que o Brasil utiliza como exame de triagem o Papanicolau. O Ministério da Saúde recomenda repetir a cada três anos o exame de Papanicolau, após dois exames consecutivos, para mulheres na faixa etária de 25 a 65 anos de idade. Explicou que isso é considerado eficaz pelo Ministério na prevenção desse câncer. Entretanto, países desenvolvidos utilizam métodos mais sensíveis, que detectam a presença do vírus HPV.

Aconselhou que, a mulher deve tomar a vacina até 15 anos de idade. Já a triagem, se for pelo teste HPV, após os 30 anos de idade; se for pela citologia (Papanicolau), após 25 anos de idade. A médica fez uma ressalva importante: meninos também têm de ser vacinados e eles têm a vacina oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações.

Defendeu ainda que vacina deveria ser ofertada, como foi da primeira vez, em escolas públicas. Isso porque a cobertura é muito melhor. “Infelizmente, a nossa cobertura pela vacina está muito baixa”, lamentou.

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