Governador sinaliza com mais 15 dias de quarentena em função da Covid-19
Ele informou que tem se reunido com poderes e sociedade organizada e que todos estão imbuídos em dar sua contribuição neste momento
O governador Ronaldo Caiado disse hoje, 2, em live para os veículos de imprensa da Agência Brasil Central (ABC), que divulgará amanhã um novo decreto, observando que pedirá mais 15 dias de prazo de quarentena à população goiana, para garantir um melhor enfrentamento à crise provocada pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Ele informou que conversou e ainda conversará até amanhã com entidades, prefeitos, representantes dos poderes constituídos e a sociedade organizada para tomar essa decisão, que deve ser consensual e importante para que o sistema de atendimento hospitalar de enfrentamento à Covid-19 em Goiás não entre em colapso. Ele sinalizou que quer avaliar mais 15 dias em quarentena e que tem contado com a compreensão dos setores produtivos, da sociedade organizada e dos poderes, “que garantiram dar sua quota de sacrifício para podermos melhorar a saúde pública e atender os mais carentes”.
Outra reunião com esses setores está marcada para o próximo dia 9, quando será feita nova avaliação. Segundo Caiado, enquanto em Goiás não houver condição de ampliar os leitos de Unidades de Terapia Intensiva, com respiradores, não terá condições de relaxamento nesse momento de crise da propagação do novo Coronavírus. Voltou a pedir à população goiana que entenda esse posicionamento, porque é melhor assim do que enfrentar uma recaída lá na frente, onde o sistema hospitalar não vai aguentar. “É nossa responsabilidade cuidar da saúde e da vida dos goianos”, afirmou, observando que o esforço de agora terá bons resultados mais adiante, preservando vidas.
“Se chegarmos ao dia 19 e não obtivermos o resultado com a queda da curva de infestação, virá depois uma recarga maior se flexibilizarmos agora. Isso pode provocar um colapso em nossa rede hospitalar. Se houvesse estrutura, tudo bem”, considerou. Ele fez um apelo para que as indústrias do nosso país invistam, principalmente neste momento, na produção de respiradores, “pelo menos que sejam similares aos que existem hoje no mercado, para diminuir a dependência do produto que precisa vir de fora do país”. O mesmo, segundo ele, vale para a produção de matéria-prima. Disse ainda que conversou com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e ele falou que os Estados Unidos (EUA) mandaram 23 aviões à China, para levar respiradores e remédios produzidos lá, o que dificultou a concorrência de outros países, o Brasil incluído.
Testes da Covid-19
Sobre a testagem para evitar a proliferação, enfatizou que há um grande problema na confiabilidade dos testes hoje disponíveis no mercado brasileiro, onde 30% podem dar falso negativo e aí, sim, complica muito, porque se uma pessoa testar negativo e estiver infectada pode transmitir sem saber e que “isso é jogar dinheiro fora sem proteger a população”. Reafirmou que está lutando para conseguir oferecer mais testes e citou a fala do presidente dos EUA, ontem informando que o laboratório Abbott está divulgando que já tem tecnologia para dar o resultado em cinco minutos. Mas, acrescentou, isso ainda pode demorar, principalmente para chegar até aqui. Disse também que a testagem feita no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) demora de três a quatro dias para dar o resultado, mas que a resposta é confiável.
Voltou a comentar e agradecer a rede de solidariedade criada em Goiás, envolvendo artistas, empresários, o setor do agronegócio, os setores sociais do governo e da sociedade, em união, buscando criar condições de abastecer a população mais carente neste momento de dificuldade. “A minha luta é para que ninguém passe fome em Goiás. É a posição do governo. Vamos trabalhar também para agilizar aqui a distribuição dos R$ 600,00 que o governo federal está disponibilizando para a população mais carente e os trabalhadores que estão parados”, assinalou.
Comentou também a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender por mais seis meses o pagamento das dívidas de Goiás com a União, observando que será um recurso para cobrir a falta de arrecadação de Detran, Saneago e outros órgãos do governo e servirá também para prover melhor o atendimento na área da saúde no Estado. “É um dinheiro que vai ocupar a parte que não estamos arrecadando”, finalizou.
A live pode ser assistida na íntegra na página da RBC FM no Facebook.
ABC Digital