Goiás vai integrar o Programa Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA)

Em entrevista à RBC, gerente da Semad explicou como essa ferramenta será importante para a adoção de políticas públicas que possam minimizar, no futuro, os efeitos da seca em regiões goianas

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), vai fazer parte do programa Monitor de Secas, coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA). Trata-se de um programa nacional que visa monitorar a seca no Brasil.

A adesão de Goiás vai acontecer na próxima segunda-feira, 29, a partir das 14h30, em um evento virtual, transmitido pela internet, que será aberto ao público em geral. Apesar de não se falar muito em seca, mas apenas em estiagem no Estado, as informações que serão captadas por meio do programa vão contribuir para o planejamento e execução de políticas públicas na área do meio ambiente.

Ferramenta

O gerente de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia da Semad, André Amorim, durante entrevista concedida ao programa O Mundo em sua Casa, nesta quarta-feira, 23, comentou a adesão de Goiás ao programa Monitor de Secas. Segundo ele, o programa é uma ferramenta importante, que vai trazer informações, a respeito de regiões goianas, para os produtores rurais, técnicos ambientais e empresas seguradoras (agrícolas). Isso será feito por meio de boletins mensais.

André adiantou aos apresentadores Ernesto Fleury e Luzeni Gomes, das rádios Brasil Central AM e RBC FM, que a Semad já tem recebido os boletins do programa, com a avaliação de cada mês, de modo experimental, desde janeiro último. Ponderou que não temos uma seca absoluta como no Nordeste do País; mas em Goiás ela avança e recua, de acordo com a região, e é preciso monitorar essa situação.

Argumentou que é preciso entender esse fenômeno (climático). E citou que Goiânia, nos últimos cinco anos, registrou uma perda pluviométrica (quantidade de chuva) de quase 1.300 milímetros. Isso significa que, em cinco anos, a capital perdeu o equivalente a um ano de chuva, comparou.

Monitoramento

“Esse monitoramento (do programa) vai acenar para o futuro, para determinadas regiões do Estado”, explicou. Dessa forma, de maneira mais macro, será possível analisar e saber em quais regiões será necessário ampliar as políticas públicas pertinentes para cuidar, por exemplo, da disponibilidade hídrica.

Conforme o gerente da Semad, os últimos boletins apontam um fato preocupante: uma situação de seca geral no Sudoeste Goiano. “Não uma situação se configurando de imediato, mas se desenhando ao longo do tempo, com alguns indicativos”, pontuou. Ele lembrou que, este ano, o Sudoeste é a região com mais focos de queimadas no Estado, e esse fato aponta para uma vegetação mais seca do que em outras localidades.

Lembrou ainda que já estamos com problema de disponibilidade hídrica em Mineiros. E não é só na região Sudoeste de Goiás, mas a situação de seca avança também para o Mato Grosso, acrescentou.

Agricultura

“Esse problema da seca é melhor acompanhar, para que no futuro a gente possa fazer as medidas paliativas, por precaução. Até por uma questão econômica, porque o investimento é alto na agricultura e, de repente, a pessoa pode perder tudo”, afirmou. André se referiu ao fato de o Sudoeste Goiano ser uma região de grande produção agrícola.

Sobre o evento virtual de adesão de Goiás ao programa Monitor de Secas, marcado para a próxima segunda-feira, dia 29, informou que as inscrições estão abertas. O interessado em participar deve acessar o site da Semad e se inscrever.

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