Dia do Transtorno Bipolar: doença não tem cura, mas é possível controlar com tratamento

Em entrevista à RBC, psiquiatra explica que nessas pessoas as oscilações de humor são mais intensas e mais disfuncionais, o que acaba gerando problemas nas relações interpessoais

Hoje, 30 de março, é comemorado o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. Ainda existe muito preconceito e tabu ao se falar em transtornos mentais. Mas a mídia tem desempenhando papel importante, ao divulgar e trazer informações sobre essa doença, na opinião do chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital Geral de Goiânia (HGG), Cláudio Raimer.

O especialista foi entrevistado do programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM nesta terça-feira, 30. Segundo Cláudio Reimer, o transtorno bipolar é uma doença que não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento e acompanhamento. As medicações, principalmente com base no lítio, são importantes para poder restabelecer a qualidade de vida a um nível normal.

Normalmente, o tratamento é feito com estabilizadores de humor. Ele ponderou que as medicações não fazem milagre. Mas acrescentou que alguns hábitos melhoram a ação dos medicamentos e do tratamento. Entre eles estão dormir bem, fazer atividade física e não utilizar substâncias que aumentam demais da ansiedade.

Reações exageradas

De acordo com o psiquiatra, no transtorno bipolar normalmente as oscilações de humor são mais intensas e mais disfuncionais. A pessoa tem uma intensidade de reações afetivas e emocionais muito exageradas. E isso acaba gerando problemas nas relações interpessoais, e também problemas relacionados ao trabalho.

O especialista recomenda observar os antecedentes familiares. Pessoas de famílias com muitos casos de transtorno bipolar têm maior propensão de desenvolver a doença. O segundo ponto relaciona-se aos hábitos de vida. “Se a pessoa tiver um estilo de vida muito estressante, muito intenso, inclusive com o consumo de substâncias que são muito ansiogênicas, que aumentam muito a ansiedade, isso aí pode desencadear uma instabilidade do seu humor”, explicou.

Cláudio Reimer citou, como substâncias ansiogências, o excesso de café, excesso de guaraná, do pó de guaraná, o cigarro e o consumo exagerado de bebida alcoólica. Todas essas são substâncias que interferem no comportamento e podem desestabilizar o humor, afirmou.

ABC Digital

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo