Dengue: número de casos cai em Goiás, mas doença ainda preocupa

Coordenador da Saúde alerta a população para continuar adotando os cuidados de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti; ele informa que o sorotipo 1 da dengue está de volta e tem ganhado força

Em plena pandemia da Covid-19, o número de casos de dengue confirmados no Estado no ano passado caiu 43%, na comparação com 2019. Entretanto, esse resultado não é motivo para a população deixar de adotar os cuidados de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, o vetor da doença.

O alerta é do coordenador de Vigilância e Controle Ambiental de Vetores da Secretaria de Estado da Saúde, Marcello Rosa. Ele concedeu entrevista ao vivo, via Skype, ao TBC2 nesta quinta-feira, 7. O coordenador explicou que a dengue continua sendo uma grande preocupação em termos de saúde pública, por se tratar de uma doença endêmica.

“Todos os anos a gente tem esse problema. Desde a década de 1990 nós passamos por sucessivos problemas”, afirmou. A respeito da redução de 43% no número de casos confirmados de dengue no Estado em 2020, afirmou que isso não é, necessariamente, uma grande vitória, pois essa queda já era esperada.  

Explicou que, há cerca de três ou quatro anos, circula em Goiás o sorotipo 2 da dengue, e uma vez que a pessoa adoeceu por um sorotipo ela se torna imune a ele. Então, naturalmente, a população vai se imunizando em relação a um sorotipo e o número de casos cai, ponderou.

Sorotipo 1

Marcello Rosa declarou que agora a preocupação é com o sorotipo 1 da dengue, que não circulava de forma massiva no Estado há mais ou menos cinco anos, e tem ganhado força. Antigamente o sorotipo 1 representava 1% de todos os casos da doença no Estado, e hoje já representa 30%, informou.

Ele acrescentou que é possível fazer a prevenção da dengue por meio da adoção de medidas simples dentro e fora de casa, no último caso se referindo ao quintal.  Dentro de casa, é importante ficar atento aos locais mais prováveis (de se tornarem criadores do mosquito), como o ralinho do banheiro desativado, o vaso sanitário em desuso, o recipiente de degelo que fica na parte da trás da geladeira e os bebedouros de animais.

Fora de casa, a caixa d’água deve ficar vedada e é preciso ter cuidado com as calhas. Marcello se referiu ainda ao costume da população de descartar lixo de forma inadequada no quintal, em lotes baldios, nas ruas e nas praças.

O coordenador da SES comentou ainda o número de mortes causadas pela dengue em Goiás em 2020. Foram confirmados 35 óbitos provocados pela doença. Disse que a primeira morte por Covid-19 registada no Estado no ano passado acometeu um paciente que havia contraído recentemente dengue. “Num cenário de pandemia, o que a gente puder fazer para não adoecer é bem-vindo”, destacou.

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