Decisão de não enviar mais boletos pelos Correios visa gerar economia, diz presidente do Detran à RBC

Segundo Marcos Roberto Silva, a nova estratégia foi adotada porque ficou constatado que somente 23% dos documentos encaminhados via Correios eram pagos

Em entrevista concedida nesta segunda-feira, 25, ao radiojornal O Mundo em sua Casa, o presidente do Detran, Marcos Roberto Silva, explicou porque a autarquia não vai mais enviar boletos pelos Correios aos proprietários de veículos. Segundo ele, a estatística apontou que somente 23% dos documentos encaminhados às casas das pessoas eram pagos. Os outros 73% eram impressos por meio de acesso ao site do Detran

A apresentação do programa noticioso das rádios Brasil Central e RBC FM foi de Jerônimo Venâncio e Rafael Mesquita. Conforme o presidente, antes dessa medida, os Correios eram o maior contrato (de prestação de serviço) pago pelo Detran, chegando ao valor de R$ 50 milhões por ano. A nova estratégia vai possibilitar a redução de 50% neste valor. E a meta é trabalhar para ele recue ainda mais, para em torno R$ 13 milhões anuais. “Isso tudo é para gerar economia. Não há tanto aproveitamento para a documentação enviada via Correios”, destacou.

Marcos Roberto lembrou, porém, que a autarquia ainda tem que cumprir as obrigações legais, e citou como exemplo o envio de multas pelos Correios. Acrescentou que essa medida está sendo analisada em nível nacional. A proposta é que os Estados adotem os editais (para publicar as multas), que são mais baratos. Ele ponderou que essa discussão está bem avançada e deve chegar também em Goiás.

Atendimento

Questionado sobre como ficariam os usuários que não têm o domínio do uso das ferramentas da internet, o presidente informou que já existe dentro do Detran um atendimento separado do normal, destinado a ensinar as pessoas a utilizar o aplicativo e/ou o site da autarquia. “Para se ter uma ideia, as pessoas saem de casa, de até 30 a 40 quilômetros (de distância), para imprimir uma documentação que elas têm na facilidade do lar”, disse. 

Antes da pandemia da Covid-19, o Detran registrava uma média de cerca de 200 atendimentos diários de casos simples, explicou. Lembrou que, no que se refere ao Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV), o chamado documento verdinho, basta informar os número do Renavam e da placa, para ter acesso a ele.

“Sabemos que muitas pessoas ainda têm dificuldades (em lidar) com a Internet”, admitiu. Para atendê-las nesses casos mais simples, mesmo sem agendamento prévio, o Detran mantém também um serviço na portaria da sua sede. Quanto aos moradores de cidades do interior que tenham dificuldades para imprimir documentos, ele orienta que procurem os Ciretrans. “Não é porque a gente não vai enviar mais (os boletos) que vamos fechar as portas. Até porque precisamos educar esses 23% (do total de usuários) que ainda pagavam os documentos encaminhados pelos Correios”, garantiu.

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