Como vai funcionar o PIX, a nova ferramenta de transferência bancária

Segundo o economista Aurélio Troncoso, o PIX é uma inovação e vai garantir transferência rápida de valores 24 horas por dia, todos os dias da semana

Quem tem conta bancária já deve ter ouvido falar do novo sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, o PIX. O período de testes desse novo meio de pagamento vai até o próximo dia 15. No dia 16, ele será liberado integralmente para todas as pessoas e empresas que têm conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga, nas 762 instituições financeiras aprovadas pelo BC.

O economista Aurélio Troncoso esteve nesta segunda-feira, 2, no estúdio do TBC2 para explicar como o PIX vai funcionar, suas vantagens e perigos. Ele disse à apresentadora Danuza Azevedo que o PIX está vindo para substituir algumas transações de transferência de dinheiro que já existiam nos bancos, como o DOC e o TED. E foi lançado pelo Banco Central para diminuir a quantidade de dinheiro em circulação na economia.

Citou que, para se produzir uma nota de R$ 200,00, o BC gasta 32 centavos. Assim, R$ 450 milhões em notas desse valor a serem produzidas representam gastos de R$ 142 milhões. Informou que o PIX visa diminuir esse volume e propiciar transações mais rápidas. Com ele, será possível fazer transações bancárias praticamente todos os dias, 24 horas por dia, aos sábados, domingos e feriados. “E ele demora em torno de 10 a 15 segundos para (o dinheiro) cair na sua conta. Então, ele é muito rápido”, concluiu.

Lembrou, porém, que o PIX tem alguns critérios. Primeiro, será necessária uma chave de segurança, feita através dos bancos. E vai ser possível utilizar o celular com care code para poder pagar as contas. “Caso você não saiba o número da minha conta, você pode entrar no meu telefone celular. Com o número do meu telefone celular, você vai descobrir qual é a minha conta. Por e-mail você também consegue fazer pagamentos através do PIX”, esclareceu.

Rápido

O economista disse que o PIX é um meio de pagamento muito rápido, e seu usuário vai pagar um valor (de taxa) muito menor. O Banco Central estima o custo em um centavo por operação. As dez primeiras transações vão ter tarifas muito baixas, depois o banco vai aumentar. Cada banco vai cobrar o seu valor. ”A gente espera que os bancos não cobrem uma taxa muito alta para a utilização do PIX”, avaliou. Ele estimou que essa taxa ficará entre 30 e 32 centavos por operação.

Aurélio apontou, contudo, uma desvantagem do novo sistema de pagamento. E alertou as pessoas que fazem muitas transações financeiras e depois declaram Imposto de Renda. “Com certeza, tanto o Banco Central quanto a Receita Federal vão saber direitinho o que você está fazendo. Se você declarar menos do que aquilo que você gastou, a Receita Federal vai querer saber onde você arranjou esse dinheiro para poder gastar.”, argumentou.

Segurança

Sobre a segurança do PIX, ponderou que o sistema já está sendo testado há alguns meses e até agora tem se mostrado perfeito. “Acredito que eles não iam lançar nada se não tivesse sistema de segurança. Bem que hoje, para hacker e para cracker, para essas pessoas, não existe segurança. Tanto é que você tira um monte de dinheiro de conta de muita gente aí. Mas o sistema de segurança, até agora, não foi quebrado. Acredito que vai ser um sistema muito bom e as transações vão ser muito rápidas”, destacou.

O economista lembrou ainda que o PIX pode ser o primeiro caminho para a adoção, por parte do governo federal, de “uma provável futura CPMF (contribuição sobre movimentação financeira)”. Isso diante da facilidade de o governo poder taxar as futuras transações financeiras, que acontecerão em 15 segundos. “Futuramente, se tiver uma CPMF, o controle será extremamente rápido e rigoroso”, afirmou.

Veja a entrevista completa:

ABC Digital

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