Clímax da pandemia do novo coronavírus no Brasil ainda está por vir, alerta médico infectologista na RBC

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Em entrevista concedida hoje ao O Mundo em sua Casa, Boaventura Braz estima que o pico da disseminação da Covid-19 será no final de abril até a primeira metade de maio

Em entrevista concedida na manhã desta terça-feira, 7, ao radiojornal O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM, o professor e médico infectologista Boaventura Braz Queiroz estimou que, no Brasil, o clímax da pandemia da Covid-19 vai acontecer no final de abril até a primeira metade de maio. “Vai ser o momento crucial, de maior pico do número de pessoas adoentadas e em UTI, e obviamente, de mortos”, alertou. Ele ponderou que, como aconteceu em outros países, o prazo de 30, 40, no máximo 50 dias (após o surgimento dos primeiros casos) é o pico da pandemia.

Boaventura Braz comentou o anunciado ontem pelo Ministério da Saúde, que recomendou a migração do distanciamento social ampliado para o distanciamento social seletivo. Entretanto, lembrou que existe a exigência do pré-requisito do município ter 50% dos leitos de UTI vagos, ou seja, disponíveis para o atendimento.  “Acredito que essa realidade não se executa em nenhuma parte do Brasil”. Segundo ele, isso não vai ser colocado em prática ou, ao contrário, será esquecida essa premissa (dos leitos de UTI disponíveis) e serão abertas as portas para o fim do isolamento.

Impacto

A entrevista do médico infectologista, que já foi diretor do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), foi concedida a Gil Bomfim e Emmerson Kran. Boaventura defendeu o isolamento social como principal medida para conter a disseminação do novo coronavírus, lembrando que 70% a 80% das pessoas contaminadas são assintomáticas. “A única maneira de reduzir a curva do impacto (da pandemia) no serviço de saúde e reduzir o número de óbitos é, sem dúvida, através desse isolamento social e da redução da circulação de pessoas”, ressaltou.

Sobre os idosos, um dos principais grupos de risco, o médico infectologista defendeu que a decisão do isolamento social deve ser levada pelos familiares para dentro de casa. “Sabemos da dificuldade de fazer isso, impor uma restrição completa para as pessoas que estão com 70 ou 80 anos de vida. Mas é necessário, se quisermos passar o Natal com elas”, argumentou.

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