Cientista político analisa os novos caminhos da Prefeitura de Goiânia com a efetivação de Rogério Cruz
Com a morte do prefeito eleito Maguito Vilela, o vice foi confirmado no cargo de prefeito pela Câmara Municipal; fica a expectativa de como será o trabalho dele como gestor da capital
A Câmara Municipal de Goiânia realizou na última sexta-feira, 15, a sessão de posse de Rogério Cruz, como prefeito da capital. A cerimônia marcou um novo momento político para Goiânia. Com o falecimento do prefeito eleito, Maguito Vilela, seu vice, Rogério Cruz foi efetivado no cargo, e deixa agora uma expectativa de como será seu trabalho
Filiado ao Partido Republicanos, Rogério Cruz é pastor, ex-vereador e não possui experiência em cargo administrativo, mas é formado em gestão pública. Também tem experiência como radialista e administrador. Ele é casado, tem dois filhos, e foi missionário na África por dois anos.
Para ajudar a tentar traçar um novo cenário para a Prefeitura de Goiânia, sob o comando de Rogério Cruz, o cientista Pedro Célio concedeu entrevista nesta segunda-feira, 18, ao programa O Mundo em sua Casa das Rádios Brasil Central AM e RBC FM. “Minha visão é que a mudança (no estilo da gestão municipal de Goiânia) deve acontecer, mas ela não deve ser abrupta”, avaliou.
O cientista político disse acreditar que, da parte de Rogério Cruz, não há interesse nenhum em criar algum atrito ou aresta com a base de apoio (político) da qual ele fez parte desde o início (da campanha eleitoral), que é a composição com o MDB, com o núcleo de Maguito Vilela.
Para Pedro Célio, o novo prefeito deve manter, nesse instante que é o ponto de partida, todas as orientações, a linha programática, as formas de negociação e os acordos políticos para sustentar a gestão que o grupo do Maguito vinha costurando, representado principalmente pelo filho do politico – Daniel Vilela.
Transição branda
“Agora, é claro, que mudança vai acontecer, porque o Rogério Cruz passa a ser o prefeito de fato, passa a ser o titular do cargo, coisa que não era, ele era apenas um interino. Então, a tendência de mudança, para mim, sinaliza a partir de uma transição branda, gradual, mas seguramente vai acontecer”, afirmou. Ele lembrou que, no momento, há uma presença ativa do MDB na Prefeitura de Goiânia – visível na composição do secretariado, na orientação da gestão e nos documentos patrocinados.
O cientista político apontou que mudanças deverão acontecer, “pouco a pouco”, com “algumas pitadas que o novo prefeito vai colocar, em termos de seu estilo, predileções e, principalmente, de sua personalidade politica, que agora ele deve revelar qual é”. Pedro Célio lembrou que a outra mudança se deve ao fato do cargo de vice-prefeito de Goiânia passar a ser ocupado pelo presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo.
Cenários futuros
Sobre os cenários futuros, o cientista político pontuou que as prospecções passam pelo ano de 2022, antes mesmo de 2024, quando o atual prefeito poderá concorrer à reeleição. Isso porque 2022 será um momento “de inflexão na política”, com a realização das eleições gerais. Nesse pleito, o papel das máquinas políticas utilizadas nas administrações das grandes capitais tem peso regional muito decisivo, argumentou.
Na avaliação de Pedro Célio, o papel do prefeito de Goiânia, como liderança política, numa eleição geral para governador e presidente da República, “certamente” tem um peso, assim como a cota de boa ou má avaliação que ele terá ao participar do processo eleitoral de 2022.
ABC Digital