Boa Noite debate impacto das mudanças na CNH e o futuro das autoescolas

O impacto das mudanças propostas para o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a possível perda de protagonismo das autoescolas foram os principais temas do Boa Noite desta terça-feira (10). O programa exibiu reportagem com a opinião do presidente do Detran Goiás, Waldir Soares, que defendeu a medida destacando que ela não extingue as autoescolas, mas reduz custos e amplia o acesso. “Lembrando que não acaba com as autoescolas. O que irá acontecer é facilitar e reduzir em 80% o valor da CNH. Entendo como uma medida extremamente importante. Não vamos mais perder o jovem aos 18 anos para o tráfico e para as drogas, a gente vai emitir uma CNH para ele. A tendência, com essa medida, é reduzir o número de acidentes e de mortes”, afirmou.

O deputado estadual Charles Bento avalia que a flexibilização pode beneficiar quem já tem experiência ao volante, mas reforça que a formação continua necessária. “Para quem sabe dirigir, não vejo necessidade das 20 horas de aulas. Para quem não sabe dirigir, 20 horas é pouco.” Segundo ele, o setor sempre considerou o processo excessivamente burocrático. “As autoescolas não vão acabar, só vai acabar a obrigatoriedade das 20 horas de aulas práticas”, disse. Charles acredita que a diminuição das horas obrigatórias deve aumentar a procura pela habilitação, puxada pela redução de custos.

O advogado especialista em Direito de Trânsito Robson Rios ponderou que a percepção negativa sobre as autoescolas é injusta. “A autoescola ficou sendo como a principal vilã dessa situação, coisa que na verdade não é. Boa parte dos valores da primeira habilitação são taxas e serviços de terceiros, como exame médico e psicológico.” Ele lembrou ainda que o exame toxicológico passou a ser obrigatório para a primeira habilitação. Robson alertou para o impacto no setor: “A expectativa da Federação Nacional e do Sindicato é que 75% das empresas de autoescola sofrerão grande impacto.” Sobre a possível liberação de instrutores autônomos, ele afirmou que se isso ocorrer será uma concorrência desleal. “A gente ainda não sabe como vai ser a realidade. Se liberar, não tem como concorrer”, opinou.

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