Ao TBC 1, dirigente do setor aeronáutico da OAB Goiás mostra otimismo com a internacionalização do aeroporto de Goiânia
O governador Ronaldo Caiado inaugurou hoje o saguão internacional no aeroporto de Goiânia Santa Genoveva
Presidente da Comissão de Direito Aeronáutico da OAB Goiás, Georges Ferreira, disse em entrevista ao telejornal TBC 1 nesta segunda-feira, 24, que a transformação do aeroporto de Goiânia Santa Genoveva resgata parte importante da nossa história, “pois na década de 1990 nós fazíamos vários voos charter internacionais, voos alugados. Agora vamos fazer de maneira regular, assim espero. Obviamente, Goiânia é uma cidade que possui uma vocação muito forte para o turismo de eventos, uma das maiores do Brasil. Tenho certeza que ao voltarmos, passando a pandemia, nós teremos a oportunidade de reaver esse movimento”. O governador Ronaldo Caiado e comitiva de autoridades inauguraram hoje o saguão internacional do aeroporto de Goiânia Santa Genoveva.
Para Georges, é bom que o aeroporto de Goiânia receba melhorias, citou entre elas o sistema de pouso por instrumentos, e observou que será importante saber qual o planejamento, pois o aeroporto tem limitação em relação à quantidade de passageiros que podem ser atendidos e ele pode servir de alternativa ao aeroporto de Brasília. No entanto, afirmou que vê tudo de forma positiva, mas fazendo uma ressalta quanto ao preço da passagem: “Importante ver também como vai ficar o preço da passagem. Nós, goianos, toda vez que viajamos para o exterior o preço de Goiânia a Brasília ou Goiânia a São Paulo é praticamente metade do preço total da passagem internacional”, porque saindo daqui o custo do voo vai cair porque o valor do ICMS do combustível é praticamente cortado, e isso se encaixaria numa operação de exportação.
Boas perspectivas
Salientou que vê tudo isso como muito bom para Goiânia e Goiás, pois gera mais movimento e traz boas perspectivas para o futuro, inclusive de novos voos e ampliação do aeroporto. Sobre a qualificação dos funcionários, observou que agora eles deverão ser diferenciados, devendo falar pelo menos o inglês. Falou também da necessidade de se preparar para quando houver acúmulos de passageiros, quando voos demandarem 200, 300 pessoas, para evitar desconforto. E ainda que as empresas aéreas têm de preparar os planos de contingência, caso um voo grande sofra atraso, sendo necessário arrumar hotéis e restaurantes para esses passageiros.
Georges Ferreira alertou para o fato de o aeroporto de Goiânia ser alternativa ao de Brasília. Disse ainda que é importante atentar para esse fato, para que o aeroporto de Goiânia tenha condições de atender adequadamente esses passageiros. Acha que vamos aprender muito quando acontecerem essas situações e acredita que o pessoal da Polícia Federal, da Aduana e da Infraero está preparado.
Sobre destinos, brincou que adoraria saber, mas analisou que devem ser para os países da América do Sul, e citou Argentina e Peru, pelo potencial turístico e também porque são voos médios e não transcontinentais. Citou também Miami e Lisboa, mas acrescentou que isso vai depender do planejamento das empresas e da demanda do mercado. “Com certeza, o Governo de Goiás terá um importante papel nisso, uma vez que a Goiás Turismo vai ter que planejar, fazer propaganda e mostrar atrativos, para que as empresas aéreas nacionais e estrangeiras operem a partir daqui”.
Por causa da pandemia, afirmou que tivemos e teremos de reinventar muita coisa, mesmo porque a aviação foi um dos setores mais afetados. Informou que os voos internacionais chegaram a cair 98% no Brasil e os nacionais reduziram em 93%, entre abril e maio. “As empresas aéreas terão a oportunidade de redesenhar a sua malha e poderiam incluir Goiânia como atrativo, por estar próximo a Brasília, mas também por Goiás ser agora um dos cinco estados que realmente demonstram capacidade econômica e fôlego para superar a crise econômica causada pela Covid-19. Goiás é um hub para cargas e UTIs internacionais”, salientou. Ao final, fez um importante apelo: “Vamos abraçar o Santa Genoveva como aeroporto internacional, utilizá-lo e ter muito orgulho disso”.
Confira todos os detalhes na entrevista completa:
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