A luta diária das pessoas com deficiência é pela garantia de mais acessibilidade, diz advogado da Adfego na RBC
21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência e, para o advogado André Jonas, é dia de reforçar a luta para a garantia de direitos
Hoje, 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, data oficializada em 2005. A luta contra o preconceito, pelo reconhecimento do digno valor e pela melhoria das condições de acesso às pessoas portadoras de deficiência continua cada vez mais no radar das entidades que defendem essas pessoas. O programa O Mundo em sua Casa, das Rádios Brasil Central AM e RBC FM, com Juvêncio Alarcon e Rafael Mesquita, ouviu o advogado André Jonas, membro da diretoria da Adfego (Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás), que confirmou a luta diária em busca dessas conquistas.
Segundo ele, as políticas públicas desenvolvidas em favor da pessoa com deficiência têm acontecido, o trabalho tem sido realizado perante a sociedade, “mas ainda há muito a ser feito”. Afirmou que ainda existem muitas barreiras de atitude da sociedade de respeitar e buscar incluir a pessoa com deficiência na sociedade. “Nossa luta continua de forma diária, na busca pela acessibilidade, pois acreditamos que a acessibilidade é o meio para que aconteça a efetiva inclusão social da pessoa com deficiência”, explanou.
Leis boas
Para André Jonas, o arcabouço jurídico existente no Brasil é um dos melhores e mais ricos do mundo, citando, entre as leis, a da inclusão ou Estatuto da Pessoa com Deficiência. “Leis temos muitas. O que precisamos mesmo é a efetividade dessas leis e também a consciência da sociedade”, sentenciou, acrescentando que a lei não nasceu para ficar no papel, mas, sim, para ser respeitada. “Muitas das leis têm medidas administrativas. E até mesmo o poder público, que libera uma obra que não adota a questão da acessibilidade pode ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa”, reforçou.
Mostrou preocupação também com empresas que não cumprem a lei de contratação de pessoas com deficiência. “Infelizmente, os empresários associam muito a questão da deficiência com a da incapacidade. Nesse sentido, os cargos, muitas das vezes disponibilizados para pessoas com deficiência são cargos que a pessoa com pequena deficiência não consegue desempenhar por causa da dificuldade da atividade. Isso ainda é uma batalha que temos enfrentado”, observou, informando que essas pessoas têm procurado se qualificar, para quando ingressarem no mercado de trabalho darem o seu melhor.
Na opinião dele, não é uma deficiência que atrapalha a pessoa de desempenhar toda e qualquer atividade. “Na verdade, o nosso Setembro Verde (que incentiva a doação de órgãos) é um mês que a gente busca não comemorar, mas unir forças para mostrar o valor da pessoa com deficiência, como sujeito de direitos, que deve ser respeitado e buscar dar dignidade humana e, podendo, consequentemente, usufruir de todos os benefícios que são destinados a toda a qualquer pessoa”, argumentou.
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