Diagnóstico precoce e tratamento garantem o controle da Esclerose Múltipla

Doença atinge 15 pessoas a cada 100 mil no Brasil e costuma afetar pessoas mais jovens, sobretudo mulheres; neurologista falou sobre o assunto no programa O Mundo em sua Casa

No dia 30 de maio, próximo domingo, será comemorado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, doença crônica e autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando lesões no cérebro e na medula espinhal. A esclerose múltipla atinge 15 pessoas a cada grupo de 100 mil no Brasil e costuma afetar pessoas mais jovens, sobretudo mulheres.

Em entrevista ao programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM, edição desta quarta-feira, 26, o médico neurologista Fernando Elias explicou que a esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune que provoca crises de déficit neurológico. O paciente apresenta sinais de perda visual, ou de força, sensibilidade e equilíbrio.

Surtos

De acordo com o médico, isso ocorre isoladamente ou em associação, em surtos. “O paciente tem crises de piora neurológica, com recuperação parcial ou completa. Essa recuperação pode dificultar o início do diagnóstico porque o paciente pode não perceber ou não interpretar aquilo como algo grave”, alertou.

Fernando Elias afirmou ainda que a esclerose múltipla é uma doença com características muito típicas. A primeira suspeita diagnóstica é feita durante um evento neurológico agudo, onde o paciente perde uma função e a recupera parcialmente ou completamente.

Ele citou um exemplo. Se o paciente perde a visão de um olho, associado a um quadro de dor ocular, e vai procurar o oftalmologista inicialmente, esse médico tem de estar preparado para identificar que isso pode ser uma doença ligada ao sistema nervoso central e não ao olho em si, e encaminhá-lo a um neurologista.

Diagnóstico

“Então, não necessariamente o paciente vai procurar um neurologista de imediato. E isso dificulta o nosso trabalho, porque muitas das vezes o paciente pode não ser encaminhado precocemente, e o diagnóstico pode ser tardio”, ponderou.

Conforme o neurologista, atualmente o tratamento da esclerose múltipla é muito eficiente para evitar as crises, os surtos. Por isso, quanto mais cedo o diagnóstico for definido por um neurologista, mais cedo o tratamento é iniciado e se tem o controle da doença. “E o controle da doença melhora muito a qualidade de vida do paciente”, disse. Garantiu que pacientes portadores de esclerose múltipla podem conseguem viver décadas com estabilização boa, parcial ou completa da doença, sem evolução.

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