Doença de Chagas pode ter hoje 100% de possibilidade de cura

A informação foi repassada hoje, Dia Mundial da Doença de Chagas, pela biomédica Liliane da Rocha, observando que a cura total ocorre quando a doença é diagnosticada e tratada na fase inicial, mas na fase crônica esse índice cai de 30% a 70% de cura

A Doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi e transmitida pelo inseto conhecido como barbeiro e também por ingestão de alimentos contaminados, tem 100% de possibilidade de cura, se diagnosticada e tratada no início da contaminação. A informação foi repassada hoje, 14, pela biomédica Liliane da Rocha Siriano, responsável pelo Programa Estadual de Doença de Chagas, em entrevista ao O Mundo em Sua Casa, das rádios Brasil Central AM e RBC FM, neste que é lembrado como Dia Mundial da Doença de Chagas.

Segundo ela, só em Goiás ainda existem cerca de 200 mil pessoas infectadas com a doença, apesar de muita gente achar que ela já não existe. Antigamente, afirmou, pela situação de construção das casas, a contaminação se dava pela picada do inseto denominado barbeiro, que é o hospedeiro do Trypanosoma cruzi, mas hoje pode estar também nos locais onde há criação, como galinheiros, nos chiqueiros, nas áreas próximas às casas, e também pela ingestão de alimentos que podem estar contaminados com fezes desse inseto, como tivemos notícia recentemente no país com caldo de cana e açaí. A contaminação pode se dar também da mãe para o bebê, e também a oral, com alimentos contaminados com fezes do barbeiro com Trypanosoma cruzi e ainda pela transfusão sanguínea, transplantes de órgãos ou acidentes laboratoriais.

“É importante que os moradores mantenham suas casas limpas, os criadouros de animais mais distantes das casas”, explicou Liliane, observando que caso se encontre o inseto é importante procurar o pessoal da área da saúde do seu local, para que se faça a identificação e a coleta para posterior exame. Informou ainda que hoje está sendo fundada a Associação Goiana dos Portadores de Doença de Chagas, que vai lutar pelos direitos dos portadores e por um acesso melhor ao tratamento e à saúde.

Sintomas

Ela falou sobre os sintomas, que na fase inicial a pessoa apresenta febre persistente por mais de sete dias e pálpebras inchadas. “Com o passar do tempo, os órgãos mais afetados seriam o coração, os intestinos e o esôfago”, esclareceu, acrescentando que, no coração, a pessoa sente falta de ar e palpitações, mesmo fazendo pouco esforço; no esôfago, a pessoa sente dificuldade de ingerir alimentos quentes ou frios, sintomas conhecidos como Mal do Engasgo; no caso do intestino, ele fica preso, com dificuldade para evacuar e o paciente sente dor.

Para tratamento, ela disse que existem dois medicamentos fornecidos pelo SUS, o nifurtimox e o benznidazol e que se a pessoa for tratada na fase inicial a possibilidade de cura chega a 100%. “Na fase crônica, o índice pode variar de 30% a 70% de possibilidade de cura. 70% das pessoas infectadas podem ser assintomáticas e poderão não morrer por causa dela”, revelou Liliane.

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