Infectologista esclarece sobre vacinas contra Covid-19 e alerta para cuidados sanitários

Garantia de imunização só é obtida após aplicação da segunda dose. No intervalo entre as duas fases, as pessoas precisam manter os protocolos sanitários para evitar contaminação

O médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz, em entrevista hoje, 5, ao programa O Mundo em Sua Casa, das rádios Brasil Central AM e RBC FM, esclareceu muitas dúvidas relacionadas à aplicação das vacinas contra a Covid-19, especialmente quanto à eficácia das mesmas e quando se alcança o índice de imunização definido nas pesquisas dos laboratórios. Conforme disse, em todo o período que vai da primeira até a segunda dose, embora a pessoa já tenha alguma imunidade, ela não está totalmente protegida e corre o risco de se contaminar. Daí a necessidade de manter os protocolos sanitários, que inclui o distanciamento.

“Em relação à Coronavac, os estudos laboratoriais indicam proteção de 50% após a segunda dose, sendo que o tempo médio entre as duas doses gira em torno de 28 dias”, explicou o médico. Quanto à vacina de Oxford, ele lembrou que a proteção prevista é de 70% após a segunda dose, que deve ser feita na 12ª semana após a primeira. Outro ponto abordado por Boaventura Braz se refere à troca de vacinas nas fases de vacinação. A pessoa que tomou a Coronavac deve tomar essa vacina na segunda dose, o mesmo ocorrendo com a de Oxford. “Isso é importante, porque a troca pode gerar risco de imunização inadequada e a pessoa não ficar protegida”, asseverou.

Boaventura Braz também falou sobre o calendário de vacinação. Ele enfatizou que não há uma programação definida pelo Ministério da Saúde, além do que os quantitativos de vacinas liberados são baixos e ninguém sabe exatamente quando será vacinado. “Estamos vendo municípios liberaram vacinação para pessoas de faixas etárias diferentes, conforme a disponibilidade de vacina. Isso ocorre porque não há programação definida nem estoque regulador de vacinas”, ressaltou. Sobre compra de vacinas por empresas privadas, Boaventura Braz foi enfático ao afirmar que não há nada de concreto. “Até agora, conforme fixado em dispositivos legais, todas as vacinas adquiridas devem ir para o setor público”, arrematou.

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