Imunologista diz que medida restritiva a bares é importante para conter vírus

Ana Paula Junqueira Kipnis afirmou que, por não exigir o uso da máscara em bares e restaurantes, aumenta, sim, o risco de contágio do novo coronavírus nesses locais, por causa do comportamento das pessoas que ingerem bebida alcoólica

A pesquisadora e imunologista Ana Paula Junqueira Kipnis defendeu hoje, 28/1, no TBC 1 da TV Brasil Central, a nova medida restritiva contida no decreto nº 9.803, do Governo de Goiás, que restringe o comércio e o consumo de bebidas alcoólicas em locais de uso público ou coletivo, entre 22 horas e 6 horas em todo território goiano, para a contenção da transmissão do novo coronavírus. “Qualquer medida de restrição de contato entre as pessoas é muito importante. Essa restrição dos bares ficarem abertos além das 22 horas e também não podendo vender bebida alcoólica diminui o contato sem máscara que uma pessoa teria com a outra”, observou.

Ela disse que em geral num bar e num restaurante, à medida que as pessoas vão ficando mais alcoolizadas, mais falam e mais entram em contato com as outras, mais querem falar alto e mais partículas virais a pessoa expele. “Como a doença é transmitida também por pessoa que não tem sintoma nenhum, com essa medida se restringe o período em que a pessoa fica falando, animada, alegre, sem manter o distanciamento social, que é necessário, se você está sem máscara. Nesse caso, o distanciamento entre as cadeiras e as mesas não é suficiente para conter a transmissão do vírus”, assinalou.

Máscara e conversa

Para ela, o uso da máscara é importantíssimo, assim como diminui a transmissão se as pessoas não conversarem, para expelir saliva. Fez, inclusive, uma comparação com o que ocorre com o transporte coletivo. “Dentro do ônibus, se você não tirar a máscara, não gritar, não conversar, você não estará transmitindo para as outras pessoas, o que não acontece num bar, por exemplo”, explicou. Disse também que com a contenção do tempo de abertura desses espaços onde as pessoas podem ficar sem máscara, a chance de contaminar fica reduzida. “Não vai chegar a zero, porque a restrição ideal é que as pessoas não tirassem as máscaras próximas das outras”, assinalou.

Segundo ela, se os segmentos de transporte público, academias e outros estiverem seguindo as regras, o uso de máscara, por exemplo, a transmissão vai diminuir naturalmente. “Mas se as pessoas tiverem violando a lei, não adianta só uma medida de restrição, porque elas estão sendo aplicadas para os locais onde as pessoas estão sem máscara e estão permitidas ficar sem máscara. Nos demais estabelecimentos econômicos, a lei diz que podem ficar abertos, desde que todos estejam usando máscara. Como os bares e restaurantes são os locais onde as pessoas podem ficar sem máscara, essas medidas restritivas de tempo são necessárias”, reiterou.

Afirmou e enfatizou, entretanto, que o controle da pandemia passa por um reconhecimento pessoal, uma postura individual, porque a contenção da transmissão depende do cidadão. Observou também que ainda não tem resultado algum que comprove que a nova cepa do vírus, que foi detectada em Manaus, esteja circulando em Goiás ou em algum outro estado.

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