Metade dos pacientes que vão para a UTI por causa da Covid morre, apontam as estatísticas

Informação é da médica infectologista Fernanda Miranda, que concedeu entrevista ao TBC2. Segundo ela, não há remédio para o vírus, mas sim para tratar as complicações da segunda fase da doença

Desde que a Covid-19 é conhecida, as estatísticas apontam que 50% dos pacientes que são internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) por causa da doença vão a óbito. A informação é da médica infectologista Fernanda Miranda, que concedeu entrevista ao TBC2 nesta quarta-feira 13, via skype. Ela comentou a morte do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, após mais de 80 dias internado em São Paulo devido à doença.

A médica lembrou que a Covid-19 é pouco conhecida, praticamente está completando o  primeiro aniversario. Ponderou que é uma doença nova, que se manifesta com sintomas bastante diferentes de outras viroses conhecidas. E ocorre de forma distinta, dependendo da pessoa. Alguns pacientes, embora tenham muitos fatores de risco e idade avançada, desenvolvem uma forma benigna da enfermidade; enquanto outros, jovens e sem fatores de risco ou doenças crônicas, podem ter a doença agravada e evoluir até a óbito. “Então é uma doença que requer muito cuidado”.

Oscilação

Ainda a respeito de Maguito, que apresentou quadro de saúde com altos e baixos durante o período em que esteve internado no Hospital Albert Einstein, Fernanda ponderou que isso acontece com frequência no ambiente de terapia intensiva. Mas lembrou que o paciente que vai para o ECMO, equipamento de circulação extra corpórea, tem situação muito grave.

“Ele (Maguito) teve quadros infecciosos que acontecem mesmo em paciente de ambiente hospitalar. E lembrando sempre que era um paciente que se encontrava frágil”, disse. Segundo ela, em pacientes que ficam longo tempo na UTI, qualquer infecção que seria simples para outra pessoa fora desse ambiente se torna uma doença muito grave.

Predisposição genética

Como duas irmãs de Maguito também morreram em decorrência da Covid-19, a infectologista declarou que não foi comprovado que haja predisposição genética, mas também não foi descartado.” Por enquanto, a ciência não tem essa resposta, mas também não descartou o fator genético associado a um quadro mais grave ou mais leve”, argumentou.

Ela lembrou que não existe remédio para a primeira fase da doença, com o vírus como causador dos sintomas. Explicou que a segunda fase da doença, a inflamatória, nada mais é que uma reação exagerada do nosso sistema imunológico, chamada de “tempestade de citocina”, que pode trazer complicações e infecções. Para essa segunda fase já existem os remédios clássicos. O tratamento baseia-se fundamentalmente  nos corticoesteróides,  corticóides e anticoagulante, esse último devido à grande propensão desses pacientes a terem trombose e embolia por causa do vírus nos vasos sanguíneos.

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