Pioneira, ABC usou acessibilidade para levar democracia aos eleitores

Televisão Brasil Central (TBC) é única a fazer debates acessíveis a todos os públicos 

Os debates políticos promovidos pela Agência Brasil Central (ABC) visando às eleições municipais deste ano em Goiânia e Aparecida de Goiânia têm sido um exemplo de democracia. Tanto para os candidatos quanto para os eleitores, incluindo os eleitores PCD (Pessoa Com Deficiência).

É que a TV Brasil Central mantém serviços de acessibilidade durante as transmissões ao vivo dos debates, com tradutores de libras e serviços de audiodescrição e legenda oculta (close caption). Segundo o presidente da ABC, Reginaldo Júnior, a acessibilidade é a forma mais democrática de se transmitir um debate. "Esse é um pedido do nosso governador Ronaldo Caiado e do Secretário Tony Carlo não apenas para os debates, mas para toda a programação da TBC. Nosso objetivo é que todos possam ter acesso as informações divulgadas pela televisão", afirmou. 

De acordo com Mazé Alves, coordenadora do Núcleo de Conteúdo da ABC, a agência está atendendo a uma resolução da justiça eleitoral, que define regras para a transmissão de debates eleitorais na TV, incluindo disponibilizar serviços de acessibilidade aos públicos com deficiência.

“Somos a única televisão mantendo debates democráticos com todos os candidatos nestas eleições na capital e Aparecida de Goiânia e fazendo isso de forma inclusiva”, comenta Mazé falando dos serviços prestados nesse quesito.

Para manter os serviços aos telespectadores com dificuldades de visão e audição, a TBC mantém parcerias com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e Universidade Estadual de Goiás (UEG). Mazé Alves informa que a agência tem uma profissional para o serviço de audiodescrição e conta com apoio da Seduc e UEG para os serviços de intérprete de libras e legenda oculta.

Inclusão e cidadania

Profissional responsável pela audiodescrição durante os debates eleitorais, Carolina Winter é servidora da ABC que se especializou no serviço. De uma sala anexa ao estúdio, ela traduz o que vê e ouve nos debates para um áudio que o telespectador com deficiência aciona na TV de casa. Numa outra sala próxima ao estúdio que sedia os debates na TBC ficam Vanessa Costa e Kely Brito, as tradutoras de libras da Seduc que se revezam ao vivo e aparecem no canto da tela do telespectador.

“Por muito tempo, as pessoas com deficiência no Brasil foram ignoradas, mas são cidadãos como quaisquer outros, pagam seus impostos e vivem suas vidas. Não dar atenção a elas é perder talentos e é isso que a gente não quer”, diz Carol Winter falando da mudança de postura da sociedade e do Estado com relação ao público PCD. Para ela, a evolução tecnológica também ajudou nas novas ferramentas de inclusão social.

Professora de Geografia que se apaixonou pela língua dos sinais, Vanessa Costa afirma que incluir as pessoas com deficiência visual e audtiva na organização de debates políticos é uma forma de ampliar o conceito de cidadania na sociedade. “É uma maneira de fazer chegar às pessoas [o debate público] e ajudá-las a escolher bem seus representantes”, diz.

Segundo o último censo populacional do IBGE, o Brasil possui 18,6% da população com deficiência visual e 5,1% com dificuldades auditivas. Em Goiás são quase 200 mil pessoas com deficiência visual, sendo cerca de 66 mil pessoas nas duas categorias de deficiências (visual e auditiva) somente em Goiânia.

 

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