Secretário confirma que vacinação contra a Covid-19 começa em janeiro
Ismael Alexandrino disse que as vacinas serão adquiridas pelo governo federal e repassadas aos estados. Ele procurou despolitizar a questão envolvendo as vacinas
O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, disse hoje (21/10), em entrevista ao TBC 1, que a reunião ontem no Ministério da Saúde foi muito produtiva, sendo informado lá que a partir de janeiro de 2021 terá início a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Informou que nela foram apresentadas todas as fases das vacinas que estão sendo estudadas e que o Brasil está acompanhando, entre elas a do Butatan (SinoVac), em parceria com a China, e também a da FioCruz, em parceria com a AstraZêneca.
“Existe um consórcio chamado Covax Facilite, que tem nove marcas em estudo sendo avaliadas. Todas estão na fase três, ou seja, a última fase de consolidação dos dados. Até o momento, têm apresentado segurança em relação a efeitos adversos. Todas com efeitos adversos leves, que são comuns em outras vacinas também: pequena dor local, às vezes febre baixa e cefaleia”, afirmou Ismael, observando que a expectativa é boa, de que no início do ano o Ministério disponibilizará aos estados. As vacinas serão adquiridas pelo próprio Ministério que repassará aos estados, “para que possamos realizar o programa nacional de imunização”.
Desencontro
Ele procurou amenizar a questão da politização da vacina que tem surgido no momento, afirmando que ontem, no Ministério, não foi dito que vai comprar a vacina chinesa. “A SinoVac, que está sendo estudada e desenvolvida no Butantan, caso venha a termo, será produzida no Butantan, no Brasil. Acho que não interfere muita coisa. Mesmo porque não é só essa vacina que nos foi apresentada. Ficou claro, na nota emitida agora há pouco pelo Ministério da Saúde, que as vacinas que respeitarem todas as fases, que forem validadas pela OMS e que forem registradas e reconhecidas pela Anvisa serão disponibilizadas para a população”, assinalou.
Para Ismael Alexandrino, é importante não se criar mais calor numa situação que já gera por si só certa apreensão nas pessoas, sobre a compra ou não da vacina chinesa. “É preciso ter tranquilidade em relação a essas falas. O Estado de Goiás até o momento desenvolveu uma gestão muito profícua em relação à Covid-19 e, certamente, no início do ano essa vacina será uma realidade aqui, para que possamos imunizar o povo goiano”, ressaltou.
Sobre se o Governo de Goiás poderia comprar para imunizar a população goiana, explicou que o programa de imunização brasileiro é gerido, adquirido e distribuído pelo governo federal. “Não é prudente e não é a conduta de nenhum estado. Isso foge aos princípios do SUS. Os estados se alinharam e respeitaremos esses princípios. Quem conduzirá o programa nacional de imunização, que há 47 anos é bastante exitoso, é o Ministério da Saúde”, confirmou.
Disse também que para a imunização deve-se seguir o pensamento já difundido sobre a Covid-19, vacinando em primeiro lugar os profissionais de saúde que estão na linha de frente, mas que os critérios ainda serão definidos em novembro em reunião da área nacional da saúde. A provável sequência é que devem ser vacinados todos os demais grupos de risco, “de forma gradativa pelo maior risco e vai diminuindo até que toda a população seja imunizada ao longo do ano”.
ABC Digital