Prefeitura de Goiânia lança campanha Alô, Vizinho, para denunciar agressões às mulheres
Informações de como a campanha funciona foram repassadas pela diretora de Políticas para as Mulheres Ludmilla Daher, em entrevista ao programa O Mundo em Sua Casa, das rádios Brasil Central AM e RBC FM
A Prefeitura de Goiânia, através da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, lançou a campanha Alô, Vizinho, com o objetivo de criar canais e facilitar a denúncia de violência contra as mulheres. A diretora de Execução de Políticas para as Mulheres da Secretaria, Ludmilla Daher, disse ao programa o Mundo em Sua Casa, das Rádios Brasil Central AM e RBC FM, que esta será mais uma forma de fazer com que as denúncias aconteçam e cheguem aos órgãos públicos responsáveis por tomar providências e buscar a punição dos agressores.
Segundo ela, é uma campanha de iniciativa da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, para dar orientações a todas as mulheres e informações para a vizinhança, mostrando canais de denúncia, e também dando fala dos atos da Lei Maria da Penha. “Infelizmente, nessa condição atual de isolamento social os índices de violência com as mulheres cresceram. Estamos implantando a vigilância solidária para que toda vizinhança se sinta responsável em denunciar atos de violência.
Números para denunciar
Disse que, com a pandemia da Covid-19, os índices de denúncias presenciais nas delegacias têm diminuído, e também porque a vítima está em constante convivência com o agressor. “Ela não consegue sair de casa e se desvencilhar do agressor”, assinalou, convocando as pessoas a praticarem essa vigilância. “Ao ouvir um grito, ao ver maus tratos com a vizinha, é só ligar no 190 ou no 153. Em caso de suspeita, denunciar no canal do 180. Aí se direciona para as Delegacias da mulher, para que ela faça a devida investigação, para a punição do agressor”, afirmou.
Ludmilla informou que os agressores geralmente são o marido, o irmão ou um parente e que essa é uma campanha específica para a mulher. Garantiu também que o sigilo do denunciante é preservado e citou um exemplo de iniciativa que vem dando certo nesse tipo de denúncia, a que pede à mulher para fazer um “X” com batom na palma da mão e mostrar a um atendente de farmácia. “Nós queremos provar para essa mulher que está sendo agredida que a rede de proteção é muito forte e estamos aqui lutando por ela. Ela pode denunciar. Não precisa se submeter a maus tratos ou a ofensa do agressor. Ela pode contar com a rede de proteção e apoio, que conta com o poder judiciário, com o Ministério Público, com a Defensoria Pública, com as delegacias especializadas de atendimento à mulher e com a Secretaria Municipal de Políticas para as mulheres. É uma rede coesa e forte para ajudá-la”, acrescentou, informando que a Prefeitura de Goiânia tem a Casa Abrigo Sempre Viva, que oferece acolhimento a essas mulheres. “Se elas não tiverem para onde ir com seus filhos, nós prontamente acolheremos nessa casa, que está sob sigilo”, afiançou.
ABC Digital