Governador adota estudo da UFG e Goiás deve alternar 14 dias de quarentena por 14 dias de abertura
A Televisão Brasil Central fez ampla cobertura da reunião e trouxe os detalhes da decisão do governador
O jornalismo da Televisão Brasil Central acompanhou e levou a seus telespectadores a reunião virtual feita hoje, 29, pelo governador Ronaldo Caiado, com prefeitos e representantes dos poderes constituídos, onde ele decidiu instituir novamente, por 14 dias, o isolamento social com quarentena, nos moldes do que foi feito aqui em Goiás pelo decreto que ele assinou em 13 de março passado. A decisão foi baseada em estudo técnico da Universidade Federal de Goiás (UFG) e prevê 14 dias de quarentena, intercalado com 14 dias de liberação do funcionamento das atividades como se verifica agora. A medida 14 x 14 entra em vigor a partir desta terça-feira, 30.
Na reunião, o governador disse que neste momento “não dá pra ficar com mais ou menos, com quem sabe ou talvez, é hora de decidir”. E a decisão se baseia no alto índice de utilização das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais públicos do Estado. Foi isso que explicou o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino: “Nós temos, no Hugo, 92,9% de ocupação dos leitos gerais; no HGG, 80%; no Huana, 100%, no Huapa de Aparecida, 90%; no Hugo, 85%; no Hurso, 90%; no Crer, 75%; no HDT, 100%; no Materno Infantil, nós temos 40%, lembrando que a gente tenta preservá-lo o máximo possível para utilizar as UTIs do Hugol. Então, no total geral dos outros leitos a ocupação é de 86,67%, tanto leito Covid quanto leitos gerais”.
Outros fatores
Além dessa alta taxa de ocupação dos leitos de UTI, outros fatores também contribuíram para que o governador tomasse essa decisão: dificuldade para a compra de medicamentos e equipamentos hospitalares; crescimento considerável de novos casos em Goiás e a dificuldade de contratação de profissionais da área para trabalhar no atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Caiado disse que estava usando a prerrogativa do governador: “A partir de amanhã, os senhores todos estão informados, aquilo que o governador puder deliberar ele vai deliberar e vai fechar pelos próximos 14 dias; o que for essencial, com todo controle daqueles que estão trabalhando, pelas empresas, indústrias poderão permanecer abertos dentro de critérios”, afirmou, acrescentando que vai colocar a polícia goiana à disposição dos prefeitos, que aceitarem, para implantação e a garantia do respeito e da ordem.
Goiânia apoia
Na reunião, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, já se manifestou favorável e garantiu que dará apoio à determinação do governador. “Goiânia tem procurado cumprir com competência e espírito público as iniciativas de Vossa Excelência, que tem, como governador, procurado viver diuturnamente essa situação. Nós estamos acompanhando todas as diretrizes ditadas por Vossa Excelência e, assim, acompanharemos”, salientou.
18 mil mortes
Ronaldo Caiado disse que estava acatando sugestão de representantes da UFG, que fizeram um mapeamento da possível situação da expansão da Covid-19 em Goiás pelos próximos dias e meses, segundo o qual se tudo continuar aberto como agora pode haver um colapso na saúde no fim da primeira quinzena de julho e até setembro seriam 18 mil mortes. O estudo levou em consideração o baixo isolamento social aqui na capital.
O professor Thiago Rangel (UFG) disse que “se tudo for mantido como está chegaríamos no final de setembro com aproximadamente 18 mil óbitos”. Afirmou que estava destacando este número, porque, sendo goiano, “quero dizer que, como cidadão e pesquisador, como membro da comunidade, este número é absolutamente inaceitável”. E deixou gravada o que considerou a primeira mensagem clara de sua fala: “Deixar como está não é aceitável, é impossível, é imoral”.
Ismael Alexandrino disse ainda que, para a medicina, os números atuais de ocupação das UTIs em Goiás é considerado crítico. “O ideal de UTI é funcionar com até 85%”, afirmou, acrescentando que nos próximos dias há previsão de entrega de mais leitos de UTI, “mas vai ficar longe do ideal previsto pelos técnicos da UFG que é de 2 mil leitos disponíveis para o pico da pandemia”.
A cobertura completa sobre o tema está disponível abaixo:
ABC Digital