Hemocentro de Goiás inicia coleta de plasma convalescente para pesquisa sobre a Covid-19

Em entrevista à RBC, a diretora Alexandra Vilela explicou os critérios para que a pessoa possa se tornar doadora e contribuir para esse importante estudo médico

O Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Prof. Nion Albernaz (Hemogo), sob a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), inicia nesta semana a coleta de plasma convalescente para um projeto de pesquisa sobre a Covid-19, aprovada pela Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep).

Este é o primeiro estudo do gênero realizado em uma instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Aproximadamente 100 pessoas curadas da doença terão o plasma coletado para avaliar o desenvolvimento de anticorpos contra o novo coronavírus. Outro estudo, ainda em fase de análise na Conep, prevê a aplicação deste plasma no tratamento de pacientes em estado grave.

Para dar mais detalhes a respeito da pesquisa – resultados esperados e os critérios exigidos dos doadores de plasma, a diretora médica do Hemogo, Alexandra Vilela Gonçalves, concedeu entrevista nesta segunda-feira, 22, ao programa O Mundo em sua Casa das rádios Brasil Central AM e RBC FM. Ela conversou com os apresentadores Lucas Nogueira e Marcelo Cabral.

Resultados esperados

De acordo com Alexandra, com a realização desta pesquisa o resultado esperado é que a presença do anticorpo no organismo vá ativar o vírus da Covid-19 de uma forma mais precoce. “Então o vírus não vai causar tanto dano no pulmão dos pacientes com a forma mais grave (da doença)”, afirmou. Com isso, esses pacientes teriam uma recuperação mais rápida, menor necessidade de oxigênio-terapia e a cura mesmo, sem grandes sequelas. 

A diretora-médica do Hemogo ponderou que esta é uma hipótese diagnóstica que a medicina faz. Lembrou que esta pesquisa está sendo realizado em todo o mundo. Inclusive, na China, alguns pacientes receberam plasma convalescente em dezembro e janeiro últimos, quando começou a epidemia. Entretanto, eram casos ocasionais, abrangendo cinco, oito pacientes, o que é considerado pouco para a medicina. “A gente precisa de um grande número de pacientes recebendo o plasma para que alguma conclusão seja realmente estabelecida”, explicou.

Doadores

Alexandra Vilela informou os critérios para se tornar doador de plasma nesta pesquisa médica: ter entre 18 e 60 anos de idade, a mesma faixa etária para ser doador de sangue comum; do sexo masculino; do sexo feminino somente mulheres que nunca tiveram nenhuma gestação (o plasma daquelas que tiveram gestação prévia pode gerar reações alérgicas mais graves); ter o teste confirmado da Covid-19; e estar sem sintomas e curado há, pelo menos, 14 dias. Os pacientes que já tiveram Covid-19 há 30/40 dias também podem ser doadores. E de preferência, ter peso corporal de mais de 65 quilos.

Os possíveis doadores devem comparecer ao Hemocentro de Goiás, onde passarão por uma série de exames, terão a pressão arterial aferida e será colhida a sorologia para confirmar a presença de anticorpo no plasma. A diretora ressaltou que, para evitar tumulto e aglomeração, o interessado em doar o plasma deve agendar antes por meio do telefone (62) 3201-4101 ou pelo e-mail plasma.hemocentro@idtech.org.br. Acrescentou, porém, que qualquer telefonema nesse sentido que entrar em contato com o Hemocentro será direcionado à ligação para o agendamento.

Participação no TBC 1

A diretora médica do Hemocentro de Goiás também concedeu entrevista hoje ao TBC 1. Confira a conversa com a apresentadora Michelle Bouson na íntegra:

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