Diretor do Conselho de Farmácia fala ao TBC 1 sobre o dexametasona no tratamento da Covid-19

O diretor do Conselho Regional de Farmácia de Goiás, Daniel Jesus de Paula, e a apresentadora Eva Taucci, nos estúdios da TBC

Daniel Jesus de Paula diz que o corticoide já vinha sendo usado e a pesquisa inglesa contribui para a ampliação de sua aplicação em pacientes graves

Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, deram um alento ao mundo nesta semana ao anunciar resultados de uma pesquisa que mostra eficácia de um medicamento no tratamento de pacientes com Covid-19. Trata-se do dexametasona, um corticoide que tem efeito anti-inflamatório.

O estudo mediu o sucesso da droga aplicada em 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente, internados e em estado grave, recebendo inclusive ajuda de respiradores. Eles foram comparados com outros 4.321 pacientes que foram tratados convencionalmente, com outros medicamentos.

Os resultados mostraram uma redução de 35% nas mortes com o uso do dexametasona nesses pacientes graves. Para pacientes menos graves, a eficácia baixa para 13%. Para entender o que é o corticoide dexametasona e como ele atua no corpo humano, a apresentadora Eva Taucci entrevistou nesta quinta-feira, 18, o diretor do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), Daniel Jesus de Paula, no telejornal TBC 1 da TV Brasil Central.

“Esse medicamento é um corticoide dos mais simples, de alta potência e muito barato. Depois da infecção, existe uma tempestade imunológica e todo corticoide é imunossupressor e anti-inflamatório. Então, neste período, ele melhora bastante o desfecho do quadro clínico dos pacientes que estão mais complicados, em entubação ou precisando de oxigênio”, disse Daniel Jesus de Paula acrescentando que o remédio já vinha sendo usado, mas a pesquisa inglesa vai propiciar a ampliação de sua aplicação.

Segundo Daniel Jesus de Paula, o medicamento é utilizado apenas em pacientes graves, já internados e necessitando de ventilação mecânica, não se aplicando a pacientes com sintomas leves e muito menos para quem não apresenta nenhum sintoma da doença. 

“É importante alertar a população a não utilizar esse medicamento de forma aleatória, em automedicação. Ele não previne a doença, é importante lembrarmos que essa pesquisa trata de sua aplicação apenas em pacientes graves. E os corticoides, em geral, têm muitos efeitos colaterais, pode levar à obesidade, piorar a hipertensão, diabetes, enfim, não pode ser utilizado sem acompanhamento médico”, observou o especialista. 

Veja a entrevista completa:

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