Histórias da PGE: Francisco Kleber se aposentou após deixar sua história na instituição

“Meu coração se exulta de saudade dos amigos, amigas e de um pedaço muito significativo de minha existência que por ali passei”
 

Foi aos 24 anos de idade que Francisco Kleber Paes Landim assumiu o cargo de Procurador do Estado de Goiás. Isso aconteceu em 1990 e lhe rendeu mais de 26 anos de carreira como servidor estadual. Na época, ele fez parte de uma turma seleta de treze aprovados no concurso.

Daquele tempo ele traz na memória que os trabalhos ainda eram, em sua maioria, datilografados. A instituição ainda não possuía computadores suficientes pra que todos pudessem utilizar. Mas isso não era motivo pra diminuir a qualidade do serviço, que sempre foi feito com muito cuidado e atenção apesar das dificuldades.

Na PGE, ele lembra que chegou cheio de sonhos e ideais. Havia acabado de sair de Brasília, onde trabalhou como comissionado na Assessoria Parlamentar e Jurídica da Câmara dos Deputados na época da Constituinte de 1988. Para ele, o concurso na Procuradoria veio no momento certo. “O concurso para a Procuradoria-Geral do Estado de Goiás veio no momento exato de uma transformação muito significativa e marcante em minha vida profissional e  também de nosso país, com a redemocratização.  A PGE foi um lugar que sempre idealizei dentro da área do Direito para que eu pudesse desenvolver um trabalho consentâneo com minhas expectativas e habilidades na área do Direito Público”, afirma.

Graduado em Direito pela Universidade Católica de Goiás, em 1987, Francisco Kleber se especializou em Direito Constitucional e Direito Administrativo. Na PGE, identificou-se com o  Direito Administrativo e, por isso, passou boa parte do seu tempo de atuação na instituição na antiga Procuradoria dos Negócios Administrativos, hoje Procuradoria Administrativa. Atuou como chefe da especializada e também passou um período na Assessoria de Gabinete.

“Fui um dos primeiros da minha turma a sair da PGE para exercer funções fora da Instituição, representando o Estado nas questões que lhe eram afetas. Fiquei por quase três anos na antiga Secretaria da Administração, onde desenvolvemos um interessante e inovador trabalho de criação e desenvolvimento da Comissão de Auditoria de Folha de Pagamento, embrionário do que é hoje a Controladoria Geral do Estado, redundando em uma grande economia aos cofres públicos”, relembra com muito orgulho do seu tempo de atuação. Depois disso, foi indicado para exercer Assessoria Legislativa e Jurídica no então Gabinete Civil da Governadoria. Por lá, ficou pouco mais de dois anos e retornou à PGE, onde passou pelo CEJUR, o Centro de Estudos Jurídicos. Em seu tempo de atuação, passou ainda pela Chefia da Advocacia Setorial na Secretaria de Educação .

Francisco Kleber deixou a PGE em 2016, depois de enfrentar problemas com sua saúde. Ele se aposentou após sofrer dois acidentes vasculares cerebrais e três convulsões, que provocaram sequelas físicas motoras no lado esquerdo de seu corpo. “É a tal hemiparesia, que me deixou por um ano de cadeira de rodas, resultando igualmente em uma  severa paralisia facial que provocou, na época, literalmente uma bocarra torta e uma voz vacilante. Por sorte, todas minhas funções cognitivas permaneceram preservadas e então me reinventei. Me transformei definitivamente em escritor de crônicas, poemas, ensaios e críticas musicais, colaborando com alguns jornais, sites e blogs culturais espalhados em nosso país. E também retomei minha musicalidade”, conta.

Da PGE ficaram as boas lembranças de um tempo cheio de amizades, conquistas profissionais e pessoais. Hoje em dia, voltando das sessões de fisioterapia, por vezes Francisco Kleber passa  ao lado dos prédios onde já funcionou a PGE na época em que ele trabalhava na instituição. “Meu coração se exulta de saudade dos amigos, amigas e de um pedaço muito significativo de minha existência que por ali passei. Sempre tive muitos amigos na PGE e jamais esquecerei das situações ora extremas, ora hilariantes que sempre me trarão doces lembranças de tudo que por ali vivenciei. O início de minha vida profissional na Procuradoria tem muito a ver com o que passei com as enfermidades, no sentido de aceitar e entender que um momento difícil é o começo para superá-lo. Obrigado, PGE”, conclui o eterno Procurador do Estado de Goiás.

Carla Borges
Talíta Carvalho
Assessoria de Comunicação PGE

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