Assédio no trabalho é tema de palestra no Palácio Pedro Ludovico

A advogada paulista Marina Ganzarolli, especialista em Direito da Mulher e da Diversidade, ministrou a palestra “Assédio sexual e moral no ambiente de trabalho” nesta segunda-feira, 3, no auditório do nono andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. O evento, realizado com apoio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), por meio do Comitê Permanente para Questões da Mulher e da Diversidade, reuniu dezenas de pessoas, que lotaram o auditório.

A abertura foi marcada pela apresentação do Caliandra Trio, formado pelas artistas Adriana losi (flauta transversal), Ingrid Lobo (guitarra e violão) e Paula Bernades (percuteria). As artistas escolheram um repertório voltado para a mulher, emocionando muitos dos presentes.

Marina Ganzarolli apresentou dados estatísticos para mostrar que mesmo com educação formal mais avançada, as mulheres ganham, em média, 30% menos do que os homens em cargos correspondentes. Elas também pedem menos promoção e, quando pedem, ganham menos por isso. “Um estudo mostra que para 23% dos homens, é normal que o chefe espere sexo da funcionária”, pontuou a advogada para acrescentar que a violência baseada no gênero é democrática, atingindo todas as classes sociais.

A palestrante destacou que o lugar mais perigoso para a mulher é dentro do lar e citou que o Brasil é o quinto país no mundo em crimes de feminicídio. “As mulheres morrem em casa e os homens, no espaço público, mas a motivação é completamente distinta”, alertou Marina. Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostrou que os casos de feminicídio com motivação lesbofóbica cresceram 237% e têm entre como principais vítimas (57%) mulheres negras.

“Esse é um quadro muito triste”, reconheceu a palestrante, lembrando que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. A cada 22 horas, uma pessoa LGBT é assassinada e 90% das travestis têm de recorrer à prostituição. A expectativa de vida delas é de 35 anos. “É equivalente à Idade Média na Europa sem a penicilina”, alertou. Por fim, Marina citou dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que mostram que 51% das mulheres sofreram assédio sexual no ambiente de trabalho.

[galeria_wordpress caminho=bagallery/gallery-8]

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo